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quarta-feira, 25 de agosto de 2021

TEATRO GENUINAMENTE AMAPAENSE

 

     O período que inicia em 1944, com a inauguração do Cineteatro Territorial, e vai até o ano de 1975, com o surgimento do grupo Telhado, o teatro do Amapá percorre três fases específicas: a primeira, inicia em 22 de julho de 1944, (período que se estende por 15 anos), com a inauguração do Cineteatro Territorial, o que gerou na sociedade e principalmente nos jovens amapaenses, grande motivação em relação à arte e essencialmente à produção cultural. Entendo que, com a decorrente passagem de vários artistas conhecidos em nível de Brasil, como: Procópio Ferreira, Bibi Ferreira, Rodolfo Mayer, Fernanda Montenegro, entre outros artistas desse quilate, que se apresentaram no Cineteatro Territorial, notadamente, este fato fomentou nos jovens amapaenses um gosto pela arte de representar.

     A segunda fase, tem seu marco em 1959 com a montagem do espetáculo “Pluft o Fantasminha”. Também defino este, como um momento crucial para o teatro no Amapá. Passados 15 anos de prestígio do Cineteatro Territorial, consequentemente surgiria, no Amapá, uma nova geração de jovens com potencial não só para testemunhar, mas, sobretudo para produzir teatro. Período em que nasciam os novos produtores da cena amapaense. Malgrado a eficácia dos artistas do torrão tucujú, ainda havia algo que se fazia necessário importar da cidade de Belém do Pará, alguém que tivesse condições de dirigir espetáculos teatrais. Apesar desse longo período, era raro encontrar em Macapá quem tivesse considerável qualificação para dirigir um espetáculo teatral.    

     Contudo, nossos atores careciam de alguém que dirigisse seus espetáculos. Sendo assim, esta segunda fase, foi a da importação de diretores de teatro, em sua maioria, provenientes da cidade de Belém do Pará, para dirigirem espetáculos teatrais em Macapá. Em relação a isso, Cláudio Barradas esteve em Macapá com a missão exclusiva de ser o encenador da peça “Pluft, o Fantasminha”. O elenco era composto por Consolação Lins Côrte (como Pluft); Vera Lúcia Santos (Maribel) e Carlos Nilson da Costa (Tio Gerúndio), ainda havia quatro marinheiros e um capitão. Em suma, são doze personagens que fazem parte desta peça. O espetáculo foi promovido pela União de Estudantes Secundaristas do Amapá – UECSA. Desse modo, considero “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado, montada em 1959, como a fronteira inicial das produções teatrais com atores especificamente amapaenses.

     A terceira e última fase, tem origem na década de 1970, mais precisamente em 1976 com o advento do Grupo Telhado. Desde a chegada de Cláudio Barradas em 1959, para dirigir o espetáculo “Pluft, o Fantasminha” que o teatro amapaense buscou sustentáculo em diretores paraenses. Essa temporada, que inicia em 1959 com o diretor Cláudio Barradas e que se estende por 17 anos consecutivos, vai alcançar seu limite máximo no ano de 1976, com a montagem do espetáculo “A Mulher que Casou 18 Vezes”, pelo Grupo Telhado, tendo como diretora a atriz paraense Marizete Ramos. Sem embargo, entendo que este ciclo se encerra com a presença peculiar da diretora Marizete e Luiz Otávio Barata, que foram praticamente, os últimos encenadores de teatro em Macapá, procedentes de Belém, que no referido período, contribuíram demasiadamente com o teatro do Amapá.  Vale ressaltar, que entre 1959 a 1976, afora Cláudio Barradas, Luís Otávio Barata e Marizete Ramos, vários outros diretores oriundos do Pará estiveram nas terras tucujús, auxiliando espetáculos com artistas do lugar.

 

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