No último dia 24 (quinta-feira), deveria ter sido festejado o dia de São
João, mas, em detrimento de mais de quinhentas mil pessoas mortas pela
covid-19, e ainda a proibição de se acender fogueiras, mais uma vez fomos
impedidos de festejar e honrar tão venerado santo. Festas joaninas ou juninas?
Joanina deriva de João e é em homenagem a ele que assim se fala: festas
joaninas. Junina deriva do mês de junho, visto que acontece nesse período do
ano. É a principal festividade e a mais comemorada no nordeste brasileiro. O
certo é que ainda estamos em tempo de pandemia do coronavírus, e essa situação
de saúde pública, nos obriga a ficar em casa. A única saída para quem desejou
prestigiar essas festividades foi a de assistir as variadas lives de músicos e
forrozeiros.
Os
pagãos comemoravam essa data em função do solstício de inverno, no hemisfério
sul e solstício de verão no hemisfério norte. Como a Europa situa-se no
hemisfério norte, e praticamente a maior parte do ano perdura o frio, os pagãos
comemoravam a chegada do “Deus Sol Invictus”, ou seja, o sol invencível que
chegava abrindo o verão para abrilhantar e esquentar aquele espaço geográfico.
De toda
forma, o culto ao Sol invicto continuou a ser base do paganismo oficial até a
adesão do império romano ao cristianismo. Antes da sua conversão, até o
imperador Constantino I, tinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial.
Quando aconteceu a ascensão do cristianismo, ficou decidido que a referida data
seria para comemorar o santo “São João”. Com isso, a cultura europeia e de suas
colônias, foi se adaptando gradativamente, como é o caso no novo mundo e do
nordeste do Brasil.
Mesmo
sendo na atualidade uma dança popular, é bom lembrar que a quadrilha que era
muito difundida na França, foi inicialmente dançada na corte francesa. Em
seguida, no campo entre os agricultores e seus familiares. Com a descoberta do
novo mundo, os costumes e a cultura europeia vieram juntos. Foi assim que se
consagrou as quadrilhas mais antigas que traziam muitas palavras francesas e
que foram ao longo do tempo sendo aportuguesadas aqui no Brasil.
Alavantú,
vem do francês “en avant tous” (todos para a frente); changê de damas e changê
de cavalheiros, vem do verbo “changer” que significa trocar, neste caso, trocar
de damas e trocar de cavalheiros. Anarriê, também é do francês “en arrière”
(todos para trás); e Otrefuá, do francês “autre fois” que significa
outra vez.
O que
não havia na quadrilha francesa e que foi adaptado pelo povo brasileiro, foi a
encenação do casamento matuto, neste caso a quadrilha gira em torno desse
casamento matuto na roça, em que o noivo é obrigado a casar pelo pai da noiva,
que com uma espingarda apontada para a cabeça dele, o obriga definitivamente a
aceitar o casamento.
As festas
juninas são comemoradas no dia 13, em homenagem a São Pedro, quando na véspera
se comemora o dia dos namorados; o dia de São João, 24, é o dia mais
comemorado, tradicionalmente há fogueiras, queima de fogos e impera a comida
derivada do milho, inclusive porque é período de colheita. Dia 29 comemora-se o
São Pedro que também é muito lembrado nas pequenas cidades do interior. Nesse
período, não se toca outra música a não ser o forró. Enfim, o São João tem o
mesmo significado para o nordestino, da mesma forma que o Círio de Nazaré para
o amapaense.
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