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domingo, 4 de julho de 2021

DÊ VIVA A SÃO JOÃO

 

 

     No último dia 24 (quinta-feira), deveria ter sido festejado o dia de São João, mas, em detrimento de mais de quinhentas mil pessoas mortas pela covid-19, e ainda a proibição de se acender fogueiras, mais uma vez fomos impedidos de festejar e honrar tão venerado santo. Festas joaninas ou juninas? Joanina deriva de João e é em homenagem a ele que assim se fala: festas joaninas. Junina deriva do mês de junho, visto que acontece nesse período do ano. É a principal festividade e a mais comemorada no nordeste brasileiro. O certo é que ainda estamos em tempo de pandemia do coronavírus, e essa situação de saúde pública, nos obriga a ficar em casa. A única saída para quem desejou prestigiar essas festividades foi a de assistir as variadas lives de músicos e forrozeiros.

     Os pagãos comemoravam essa data em função do solstício de inverno, no hemisfério sul e solstício de verão no hemisfério norte. Como a Europa situa-se no hemisfério norte, e praticamente a maior parte do ano perdura o frio, os pagãos comemoravam a chegada do “Deus Sol Invictus”, ou seja, o sol invencível que chegava abrindo o verão para abrilhantar e esquentar aquele espaço geográfico.

     De toda forma, o culto ao Sol invicto continuou a ser base do paganismo oficial até a adesão do império romano ao cristianismo. Antes da sua conversão, até o imperador Constantino I, tinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial. Quando aconteceu a ascensão do cristianismo, ficou decidido que a referida data seria para comemorar o santo “São João”. Com isso, a cultura europeia e de suas colônias, foi se adaptando gradativamente, como é o caso no novo mundo e do nordeste do Brasil.

     Mesmo sendo na atualidade uma dança popular, é bom lembrar que a quadrilha que era muito difundida na França, foi inicialmente dançada na corte francesa. Em seguida, no campo entre os agricultores e seus familiares. Com a descoberta do novo mundo, os costumes e a cultura europeia vieram juntos. Foi assim que se consagrou as quadrilhas mais antigas que traziam muitas palavras francesas e que foram ao longo do tempo sendo aportuguesadas aqui no Brasil.

       Alavantú, vem do francês “en avant tous” (todos para a frente); changê de damas e changê de cavalheiros, vem do verbo “changer” que significa trocar, neste caso, trocar de damas e trocar de cavalheiros. Anarriê, também é do francês “en arrière” (todos para trás); e Otrefuá, do francês “autre fois”  que significa outra vez.

     O que não havia na quadrilha francesa e que foi adaptado pelo povo brasileiro, foi a encenação do casamento matuto, neste caso a quadrilha gira em torno desse casamento matuto na roça, em que o noivo é obrigado a casar pelo pai da noiva, que com uma espingarda apontada para a cabeça dele, o obriga definitivamente a aceitar o casamento.

     As festas juninas são comemoradas no dia 13, em homenagem a São Pedro, quando na véspera se comemora o dia dos namorados; o dia de São João, 24, é o dia mais comemorado, tradicionalmente há fogueiras, queima de fogos e impera a comida derivada do milho, inclusive porque é período de colheita. Dia 29 comemora-se o São Pedro que também é muito lembrado nas pequenas cidades do interior. Nesse período, não se toca outra música a não ser o forró. Enfim, o São João tem o mesmo significado para o nordestino, da mesma forma que o Círio de Nazaré para o amapaense.

 

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