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domingo, 4 de julho de 2021

DESAFIO EM ESTUDAR NOSSO TEATRO

 


     Praticamente, há vinte e sete anos, aqui não se falava em estudos científicos sobre o teatro do Amapá, aliás, nada havia além de memórias e saudosismos sobre o passado desse tão pujante teatro. Até aquele momento, eram dados que vinham sendo repassados apenas em função, da tradição oral. Quando assumi minhas atividades profissionais na UNIFAP, em janeiro de 1995, cheguei às terras tucujus com dois propósitos fundamentais: estudar o teatro do Amapá, e implantar o Curso de Licenciatura em Teatro.

     Reconheço que me tornei o pioneiro em relação a estudos, pesquisas, análises, escrita e publicação sobre obras que registrassem algo sobre o tema proposto. Além de, “Teatro de Bonecos: uma alternativa para o Ensino Fundamental na Amazônia”, publicado em 2001, o que marcou majestosamente essa fase, foi quando lancei a obra “Artes Cênicas no Amapá: Teoria, Textos e Palcos”, no ano de 2011. Tenho previsto para o segundo semestre deste ano de 2021, o primeiro volume de “História do Teatro do Amapá: do Século XVIII à Década de 1940”, e para 2022, o segundo volume intitulado: “História do Teatro do Amapá: da Década de 1950 aos Dias Atuais”.

     O que muito me conforta na atualidade, é saber que essa preocupação em pesquisar o nosso teatro, e que foi iniciado por mim, lá no ano de 1995, ao longo dos anos vem se solidificando, primeiro nas obras que publiquei, segundo em função da orientação de vários trabalhos de conclusão de curso sobre teatro, e em terceiro lugar, principalmente em função da implantação do Curso de Licenciatura em Teatro, e o surgimento dessa nova geração de pesquisadores, que estão emergindo com o intuito de se dedicarem também à pesquisa do teatro amapaense. 

     Além das minhas próprias pesquisas, às quais, venho dando continuidade, o primeiro passo que foi dado foi o da professora Mestra Juliana Souto Lemos, quando em 2017, defendeu sua Dissertação de Mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais, intitulada “A Dramaturgia Escrita por Mulheres em Macapá-AP, 1996 a 2016”, quando na ocasião fui arguidor.

     Esta última semana de junho foi especial no sentido em que participei da qualificação do doutorando Bruno Sérvulo da Silva Matos, no Programa de Pós-graduação em Artes da UFPA, sendo que o mesmo, vem pesquisando sobre a forma de entender as especificidades do teatro no Estado do Amapá, os artistas, as produções teatrais, etc. Outra qualificação deste mesmo programa, foi a do doutorando Frederico de Carvalho Ferreira, da qual, também participei com arguidor, que vem realizando estudos sobre memórias, contextos sociais e políticos do fazer teatral, no Território Federal do Amapá, tendo como foco a política cultural janarista e o Cineteatro Territorial. Para o bem da arte e principalmente do teatro amapaense, o que se observa é que, gradativamente, começa a se configurar uma condensada bibliografia sobre o teatro do Amapá, que futuramente terá seu lugar nas bibliotecas do nosso Estado, como também em bibliotecas dos centros de pesquisa em teatro do Brasil.

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