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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

SEMIÓTICA NO TEATRO

    
     Além de objetos reais, no palco não se utilizam apenas acessórios e cenários, que são meramente signos. No entanto, o público não capta essas coisas reais como se fossem reais. Por exemplo, se um personagem representando um homem rico usa um anel de brilhante, o público o considera como um signo de grande riqueza e não se preocupam se a pedra é verdadeira ou falsa. Da mesma forma que no palco tanto um refresco quanto um suco autêntico podem representar apenas um suco.
     No teatro Chinês, o cenário é complementado em sua elaboração com elementos específicos ao desempenho do intérprete. Nesse tipo de teatro os mais importantes signos são a mesa e a cadeira, quase nunca ausentes do palco chinês. Por exemplo, se a mesa e a cadeira estão dispostas da maneira usual, então o cenário é um interior. Contudo, uma cadeira que se apresenta com o lado sobre o chão, significa um aterro ou fortificação; virada, simboliza uma colina ou montanha; de pé sobre a mesa, uma torre de cidadela.
     Os japoneses são mestres nessa maneira de criar um cenário.  Para criar um rio, basta apresentar um cartaz trazido à cena com a palavra “rio” escrita para sugerir o ambiente da cena a ser representada. Para Sábato Magaldi, “no espetáculo, o cenário e a vestimenta situam o ator no espaço, e são essenciais à caracterização da personagem.”
     O drama religioso da Idade Média teve em seu início o interior da igreja como cenário. Passou a ser apresentado no pórtico dos templos. Em seguida, os mistérios e moralidades passam a ser representados nas praças; a partir dai, pela necessidade cria-se o cenário simultâneo, em que diversas indicações, muito sumárias, se justapunham ao longo de um estrado. Um simples portão sugeria uma cidade, uma pequena elevação simbolizava uma montanha e assim por diante. No canto esquerdo do estrado, uma enorme boca de dragão servia para a passagem dos demônios e a ida para o inferno dos pecadores irremissíveis. Na parte direita, acima do chão, situava-se o paraíso, lugar de felicidade eterna.
     No teatro medieval em função do sistema de palcos móveis que eram geralmente construídos sobre carretas os cenários passaram a ser elaborados de materiais perecíveis, tais como tecido ou madeira atendendo de certa forma às especificidades requeridas pela peças encenadas. No teatro Elisabetano voltou-se novamente a ideia do palco como uma estrutura fixa. Uma construção de madeira que servia de fundo para os vários ambientes.


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