“Pintura
de Cena” era o termo empregado pelos Helenistas. Este mesmo termo foi
introduzido por Sófocles, mas possivelmente foi utilizado na última trilogia de
Ésquilo. O cenário clássico grego era organizado com uma parede de fundo, que
também exercia a função de coxia para os atores se vestir. Esta parede
geralmente representava a frente de uma casa, com uma grande porta ao centro e
duas menores de cada lado. No teatro Grego e Romano sucessivamente, o conceito
de cenário era irrelevante, sendo o frontispício da “Skené” a ambientação
permanente para todos os textos, consequentemente nesse período o cenário era
apenas visto, cujo drama era concebido pela palavra.
As
invenções de Ésquilo no que diz respeito aos cenários foram muitas. Ele
construiu várias máquinas para obter efeitos românticos e deu um passo à frente
no arcabouço do drama grego. É considerado um dos primeiros que se voltou para
a pintura cênica. Já Sófocles aparece como criador do terceiro ator e Eurípedes
modificou o princípio e o fim da tragédia, permanecendo a mesma mise-en-scène.
Diz-se que o pintor Agutarcos desenhou vários cenários para as tragédias de
Ésquilo dentro das regras da perspectiva.
No
Renascimento, o arquiteto Bramante, construiu um teatro no qual o telão
separava a cena dos degraus dispostos em forma de anfiteatro. Peruzzi iniciou
os cenários em perspectiva e Serlio construiu um teatro dividido em duas
partes: platéia e cena; também reduziu as construções cênicas, que
primeiramente eram muito sólidas, a dois bastidores pintados, enquanto que para
o cenário do fundo bastava um só telão.
Servandoni, pintor e arquiteto, foi um dos principais mestres na
renovação técnica cênica no século XVIII. Ao contrário de seus antecessores que
se baseavam na perspectiva paralela, dispondo os planos sucessivos sempre em
relação à boca de cena, o artista florentino idealizou um novo tipo de cenário
baseado nas leis da perspectiva oblíqua, na qual o horizonte imaginário
situava-se em vários pontos laterais de dispersão. Ele obteve dessa forma,
certa fluidez que se contrapunha às realizações rígidas do Renascimento. Todos
os aperfeiçoamentos que vieram posteriormente em relação à técnica de
elaboração e confecção de cenários têm como ponto de partida os princípios
idealizados por Servandoni.
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