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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

CENÁRIOS ANTIGOS



     “Pintura de Cena” era o termo empregado pelos Helenistas. Este mesmo termo foi introduzido por Sófocles, mas possivelmente foi utilizado na última trilogia de Ésquilo. O cenário clássico grego era organizado com uma parede de fundo, que também exercia a função de coxia para os atores se vestir. Esta parede geralmente representava a frente de uma casa, com uma grande porta ao centro e duas menores de cada lado. No teatro Grego e Romano sucessivamente, o conceito de cenário era irrelevante, sendo o frontispício da “Skené” a ambientação permanente para todos os textos, consequentemente nesse período o cenário era apenas visto, cujo drama era concebido pela palavra.
     As invenções de Ésquilo no que diz respeito aos cenários foram muitas. Ele construiu várias máquinas para obter efeitos românticos e deu um passo à frente no arcabouço do drama grego. É considerado um dos primeiros que se voltou para a pintura cênica. Já Sófocles aparece como criador do terceiro ator e Eurípedes modificou o princípio e o fim da tragédia, permanecendo a mesma mise-en-scène. Diz-se que o pintor Agutarcos desenhou vários cenários para as tragédias de Ésquilo dentro das regras da perspectiva.
     No Renascimento, o arquiteto Bramante, construiu um teatro no qual o telão separava a cena dos degraus dispostos em forma de anfiteatro. Peruzzi iniciou os cenários em perspectiva e Serlio construiu um teatro dividido em duas partes: platéia e cena; também reduziu as construções cênicas, que primeiramente eram muito sólidas, a dois bastidores pintados, enquanto que para o cenário do fundo bastava um só telão.

     Servandoni, pintor e arquiteto, foi um dos principais mestres na renovação técnica cênica no século XVIII. Ao contrário de seus antecessores que se baseavam na perspectiva paralela, dispondo os planos sucessivos sempre em relação à boca de cena, o artista florentino idealizou um novo tipo de cenário baseado nas leis da perspectiva oblíqua, na qual o horizonte imaginário situava-se em vários pontos laterais de dispersão. Ele obteve dessa forma, certa fluidez que se contrapunha às realizações rígidas do Renascimento. Todos os aperfeiçoamentos que vieram posteriormente em relação à técnica de elaboração e confecção de cenários têm como ponto de partida os princípios idealizados por Servandoni.

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