Foi no ano de 1977 que em pleno regime
militar, Mário Celso Couto Dias começou a fazer teatro no Amapá. Nessa época
havia em plena atividade o Grupo de Teatro do SESC/Amapá. Na ocasião, o
aprendiz de artista Celso, foi apresentado a Pedro Guerra que era o diretor do
grupo. Estreou na peça “O Menino do Laguinho”, criação coletiva que enfocava a
história de um menino do marabaixo e abordava questões culturais e
religiosas.
Com o sucesso alcançado o grupo se
apresentou em vários municípios do Estado com total apoio do SESC regional. A
peça foi apresentada pela primeira vez no Cine João XXIII que funcionava na
década de 1970, como Cine Teatro e pertencia à paróquia de São José. Lá também
se tornou o local de ensaio da peça. O elenco era composto por aproximadamente
trinta pessoas entre atores, atrizes, diretores, contrarregras, iluminadores,
sonoplastas, entre outros.
Alguns dos artistas que participaram da
peça “O Menino do Laguinho”: Raimundo Conceição, Nérica, Fátima, Leila, Elias
Vale, Jorge, Rogério, Paulo e Milton Adachi. O Menino do Laguinho passou a ser
o espetáculo mais conhecido desse período e ficou um bom tempo em cartaz.
Ocorreu que com a saída definitiva de Paulo Guerra, que era o diretor da peça,
o grupo de dissolveu.
Mas, esse fenômeno que num primeiro
momento pareceu difícil de ser aceito, mais tarde refletiu beneficamente para o
teatro no Amapá, tendo em vista que gerou nos participantes, motivação
suficiente para ligeira superação em função de que, na ocasião, outros grupos
fossem sendo criados, como bem nos coloca Celso Dias: “O Raimundo Conceição com o Língua de Trapo, eu criei o PROA e outros
foram surgindo sequencialmente.”
Deixando os temas regionais um pouco de
lado à medida que ia se aprofundando teoricamente na área do teatro, Celso Dias
passou a criar trabalhos com base na teoria de Antonin Arthaud, como ele
próprio relata: Foi ai que eu tive
problemas porque o teatro da crueldade era muito avançado pra época porque
chocava. Em função disso vieram problemas com a Igreja Católica, com a
sociedade e até com os próprios atores de teatro. Foi um período muito difícil
para mim.
Todavia, o ator Celso Dias ainda continuou montando
espetáculos teatrais como: “Terra Araguaia Teraa”, cuja estréia se deu na
Igreja Jesus de Nazaré; “A Santificação de Agarantu”; “Mar abaixo” e “Do Lado
de Lá”. Culminando com seu último trabalho “O Menino da Cidade” que foi montada
em 2009. Mas para ele um dos trabalhos mais significativos de sua carreira nas
artes cênicas foi o espetáculo “Do Lado de Lá”, do qual foi diretor. O referido
espetáculo teve participação especial de Claudete Machado que, na época, era
atriz reconhecida no Estado.
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