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sexta-feira, 7 de junho de 2013

CELSO DIAS E O TEATRO NO AMAPÁ


     Foi no ano de 1977 que em pleno regime militar, Mário Celso Couto Dias começou a fazer teatro no Amapá. Nessa época havia em plena atividade o Grupo de Teatro do SESC/Amapá. Na ocasião, o aprendiz de artista Celso, foi apresentado a Pedro Guerra que era o diretor do grupo. Estreou na peça “O Menino do Laguinho”, criação coletiva que enfocava a história de um menino do marabaixo e abordava questões culturais e religiosas. 
     Com o sucesso alcançado o grupo se apresentou em vários municípios do Estado com total apoio do SESC regional. A peça foi apresentada pela primeira vez no Cine João XXIII que funcionava na década de 1970, como Cine Teatro e pertencia à paróquia de São José. Lá também se tornou o local de ensaio da peça. O elenco era composto por aproximadamente trinta pessoas entre atores, atrizes, diretores, contrarregras, iluminadores, sonoplastas, entre outros.
     Alguns dos artistas que participaram da peça “O Menino do Laguinho”: Raimundo Conceição, Nérica, Fátima, Leila, Elias Vale, Jorge, Rogério, Paulo e Milton Adachi. O Menino do Laguinho passou a ser o espetáculo mais conhecido desse período e ficou um bom tempo em cartaz. Ocorreu que com a saída definitiva de Paulo Guerra, que era o diretor da peça, o grupo de dissolveu.
     Mas, esse fenômeno que num primeiro momento pareceu difícil de ser aceito, mais tarde refletiu beneficamente para o teatro no Amapá, tendo em vista que gerou nos participantes, motivação suficiente para ligeira superação em função de que, na ocasião, outros grupos fossem sendo criados, como bem nos coloca Celso Dias: “O Raimundo Conceição com o Língua de Trapo, eu criei o PROA e outros foram surgindo sequencialmente.”
     Deixando os temas regionais um pouco de lado à medida que ia se aprofundando teoricamente na área do teatro, Celso Dias passou a criar trabalhos com base na teoria de Antonin Arthaud, como ele próprio relata: Foi ai que eu tive problemas porque o teatro da crueldade era muito avançado pra época porque chocava. Em função disso vieram problemas com a Igreja Católica, com a sociedade e até com os próprios atores de teatro. Foi um período muito difícil para mim.
     Todavia, o ator Celso Dias ainda continuou montando espetáculos teatrais como: “Terra Araguaia Teraa”, cuja estréia se deu na Igreja Jesus de Nazaré; “A Santificação de Agarantu”; “Mar abaixo” e “Do Lado de Lá”. Culminando com seu último trabalho “O Menino da Cidade” que foi montada em 2009. Mas para ele um dos trabalhos mais significativos de sua carreira nas artes cênicas foi o espetáculo “Do Lado de Lá”, do qual foi diretor. O referido espetáculo teve participação especial de Claudete Machado que, na época, era atriz reconhecida no Estado.


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