Contatos

palhanojp@gmail.com - palhano@unifap.br

sexta-feira, 1 de julho de 2011


DIÓGENES E SEU TONEL
                                        Por Romualdo Palhano

     Diógenes foi um antigo filósofo grego. Viveu entre 413 e 323 a.C. Sua filosofia de vida girava em torno do desprezo por qualquer tipo de prazer e o completo domínio do corpo. Era cético e cínico e tinha um feroz gosto pela sátira e pelo paradoxo. O Ceticismo (literalmente busca) é uma tendência filosófica também conhecida como Pirronismo, que indica uma atitude de pensamento que eleva a dúvida de sistema, na convicção de que não existem afirmações seguras. Era iconoclasta e contrário a qualquer forma de erudição e até mesmo de cultura e preferia exprimir-se por meio das ações cotidianas em vez de textos escritos.
     Ao lado do amigo Anaxarco, filósofo seguidor de Demócrito, acompanhou Alexandre Magno na expedição ao Oriente de 334 a 324 a.C. Na Índia teve oportunidade de conhecer os filósofos gimnossofistas – termo que literalmente significa que alcançam a sabedoria por meio do corpo -, hoje conhecidos como mestres de yoga.
     Algumas perguntas de Diógenes: como se deve viver? A cultura é importante? Em que consiste a virtude? Diógenes tinha o seguinte estilo de vida: vivia em um tonel; rejeitava qualquer comodidade; vestia apenas uma túnica e bebia água das poças, como um cão, por isso também foi taxado de Diógenes, o cão.
     Em função de que andava pelas ruas de Atenas, em pleno dia, levando uma lanterna na mão, também o apelidaram de “Sócrates, o Louco”. Ele era sem cidade, sem teto, banido da pátria, mendigo, errante e em cotidiana buscar por um pedaço de pão. Costumava dizer que opunha à fortuna a coragem, à convenção a natureza, à paixão a razão.
     Em sua vida cotidiana Diógenes possuía apenas seu tonel que era sua casa e uma tigela para beber água. Certa vez viu uma criança bebendo água na concha das mãos e jogou a tigela dizendo: -  Um menino me deu uma lição de simplicidade.
     Certo dia quando tomava sol diante do seu tonel se deparou com a figura de Alexandre Magno que, por ter ouvido sobre a sua famosa forma de viver, resolveu visitá-lo. Alexandre que estava acompanhado de sua guarda governamental falou: - Grande filósofo Diógenes, sobre tudo o que há no meu reinado, pede-me o que desejas que eu concretizo o teu pedido. Diógenes olhou para Alexandre e simplesmente disse: - Gostaria que o senhor afastasse um pouco e devolvesse o meu sol.  Todos os guardas caíram na gargalhada. Alexandre pediu para que eles calassem e assim falou: - Seu eu não fosse Alexandre gostaria de ser Diógenes.

Doutor e Pós-Doutor em Teatro.
03 de julho de 2011, Jornal A Gazeta - Macapá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário