Toda religião que se preze, busca criar
determinados signos para que os mesmos façam parte de seus cânones, com o
objeto de manter relações estreitas com seus fiéis. Neste artigo, faremos uma
exposição em relação à criação do fruto sagrado e proibido, a partir de algumas
religiões. Na grande parte dessas religiões sempre vamos encontrar aquele que
se diz o fruto proibido. A começar pela religião cristã, na Bíblia, vamos
encontrar no livro do Gênesis, onde a maçã é colocada como um mal, uma fruta
perigosa. O figo e a uva, também estão relacionados com o pecado original.
Geralmente, esses frutos estão associados
ao pecado e à tentação, ao amor, à imortalidade e principalmente ao
conhecimento. Adão e Eva estavam no paraíso, Eva comeu a maçã, o fruto
proibido, e ofereceu à Adão, em seguida, os dois foram expulsos do paraíso,
visto que comeram o fruto proibido, o fruto da sabedoria. Para os cristãos, a
maçã significa o pecado original, Outros símbolos são: o pão, que significa o corpo
de Cristo, que é a redenção. A virgem Maria é considerada a segunda Eva, a que
vem redimir os pecados da primeira. Portanto, observa-se que primeiramente, com
Eva, a maçã, revela um sentido negativo, o do pecado, em seguida, tratando-se
da Virgem Maria, a maçã passa a ter um novo significado, e desta vez, positivo,
o da salvação.
Em vários povos espalhados pelo mundo, a
simbologia da maçã ainda é muito forte, tratando-se inclusive a partir do
significado da própria palavra. Em relação à maçã, as línguas europeias usam
sempre uma palavra com raiz de ap, ab, af ou av, como por exemplo: aballo
(céltica), apple (inglês), apfel (germânico), abhal (gaélico irlandês), afal
(galês), iablokaa (russo), e jablko (polonês). Já o francês utiliza-se da
palavra pomme, raiz que vem do latim pomum. É bom lembrar que em latim, as
palavras mal e maçã, malum, são escritas da mesma forma, sendo derivadas do
grego, mélon.
Já na mitologia grega vamos identificar,
que vários deuses estão relacionados a árvores como o caso, de Júpiter com a
azinheira, que é uma árvore do gênero dos carvalhos, e Dioniso, com a videira, planta
cultivada para produzir uvas e transformá-las em vinho. Já o louro estava
ligado à Apolo, árvores que fazem parte das lauráceas. Ainda na Grécia, a
figueira era dedicada à Atena, e seus frutos sagrados não podiam ser
exportados. Em Roma, a figueira já possuía um sentido erótico e era associada a
Príapo. Segundo a Bíblia, após comerem
do fruto proibido, Adão e Eva se cobriram com folhas de figueira.
Tendo em vista de que a uva era uma fruta
em grande abundância na Europa, por motivos econômicos, foi substituída, e já a
partir do XIII, a maçã se tornou definitivamente como o fruto proibido. Para os povos germânicos, a maçã significa
imortalidade, na figura da deusa Idun, conhecida como a rejuvenescedora. Conta
o mito que ela guardava uma maçã numa taça, e quando os deuses ficavam velhos,
mordiam a maçã e se rejuvenesciam, ou seja, se tornavam jovens. Na atualidade,
sabemos de que uma maçã caiu na cabeça de Isaac Newton, e que a partir daí ele
descobriu a gravidade. Por outro lado, há várias histórias clássicas infantis
que apresenta a maçã como fruta perigosa, como é o caso de Branca de Neve e os
Sete Anões.
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