O artigo desta semana, foi escrito por minha aluna, Hozana
de Araújo Alves, à qual, participa do projeto de extensão que estou à frente
como Coordenador, intitulado: “Socializando a Cultura”. Projeto este, ligado ao
Curso de Teatro da UNIFAP, o qual, tem o objetivo de motivar nossos discentes
para o ato da escrita. Portanto, segue as palavras de uma futura pesquisadora:
A
moda do momento é definida pelo padrão alimentar que as pessoas adotam e
influenciam. Mas, paramos para refletir como isso poderá afetar nossas
escolhas. Durante uma entrevista ao programa da Eliana, a apresentadora Xuxa se
pronunciou dizendo que: “muitas pessoas acham que ser vegano é só comer mato, não,
a gente só tira o defunto do prato”, a frase no primeiro momento passa
despercebida sem muita importância, mas ao avaliar atentamente percebemos que
possui uma carga ideológica no lexical: “Defunto” – que assume na frase outra
coisa, agora destinado à carne em decomposição, que faz mal à saúde humana.
Nesse sentido, tem significado próprio, de outro modo, carregando assim uma
mudança de significado e provocando efeitos moventes na significação. Ademais,
nada é por acaso, o texto é formado por um conjunto de nós, isto é, este
discurso representa um grupo de pessoas, neste caso, o grupo dos Veganos, do qual,
Xuxa faz parte.
Para a comunidade Vegana os animais têm as mesmas condições
e direitos que os seres humanos, bem como eles possuem uma interação e conexão
direta com eles e tudo que está a sua volta, ou seja, comer outro ser vivente
seria um atentado à vida, por isso, da negação de se alimentar de produtos de
origem animal. Essa filosofia de vida é amplamente aderida e divulgada pelos
Veganos. E ir contra esta prática ou criticá-la é para eles uma ofensa, pois
eles a creditam que há uma conexão entre os seres.
Aliás, os Veganos são conhecidos por não consumirem nenhum
produto de origem animal, e isso incluem roupas, cosméticos, alimentos, etc.,
eles praticam uma consciência naturalista utilizando apenas alimentos de origem
vegetal: legumes, cereais, frutas, etc. Ou seja, de acordo com a sociedade
Vegana: “os veganos são contra o sofrimento de animais para a fabricação de
cosméticos, roupas, qualquer tipo de produto. Também não apoiam atividades de
lazer onde animais são aprisionados para entretenimento do público”. É por isso
que alguns discursos desse grupo são carregados de radicalismo, bem como de
aspectos ideológicos e discursivos, o qual produzem discursos enunciados que
inegavelmente são defendidos e divulgados amplamente nos meios de comunicação os
quais estes circulam.
Por outro lado, contrários a este pensamento existem os
não-Veganos (pessoas que consome as carnes e seus derivados) e que defendem o
consumo de aves, peixes, camarões, crustáceos, etc., até porque são fontes de proteínas,
e ao retirá-las da alimentação poderá causar danos graves à saúde humana. Os
nutricionistas e os profissionais da saúde aconselham sempre a procurar
orientação profissional, já que as carnes são fontes de vitaminas, a exemplo à
do complexo B12. E ter uma dieta Vegana custa muito caro, ainda mais no Brasil
com diferentes rendas, classes, sem um estruturalismo financeiro e um aparato
médico fica inviável manter uma postura tão saudável como a dos Veganos.
Os Veganos têm um modo de pensar e de agir em relação aos
animais, principalmente quando o assunto é alimentação e consumo saudável
excluindo assim as carnes de origem carnívora. Pois os Veganos possuem uma
relação muito próxima com os animais, para eles a vida interage - existe uma
conexão com todos os seres vivos - todos são nesse sentido, a mesma coisa. Mas,
tem-se a pensar que se tratando de Brasil ter a cultura da alimentação saudável
fica difícil, pois não temos os mesmos padrões sociais para todos. Então, ser
ou não ser vegano parte inicialmente da condição financeira e social de se manter
essa prática.
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