Estamos em pleno São João, festividade
tradicional no Brasil e principalmente na região nordeste. Festas joaninas ou
juninas? Joanina deriva de João e é em homenagem a ele que assim se fala:
festas joaninas. Junina deriva do mês de junho, visto que acontece nesse
período do ano. É a principal festividade e a mais comemorada no nordeste
brasileiro. Portanto, em tempo de pandemia do coronavírus, o São João este ano,
acontecerá em casa. Artistas músicos e forrozeiros farão muitas lives, para as
pessoas ficarem em casa.
Os pagãos comemoravam essa data em função
do solstício de inverno, no hemisfério sul e solstício de verão no hemisfério
norte. Como a Europa situa-se no hemisfério norte, e praticamente a maior parte
do ano perdura o frio, os pagãos comemoravam a chegada do “Deus Sol Invictus”,
ou seja, o sol invencível que chegava abrindo o verão para abrilhantar e
esquentar aquele espaço geográfico.
O culto ao Sol invicto continuou a ser
base do paganismo oficial até a adesão do império romano ao cristianismo. Antes
da sua conversão, até o imperador Constantino I, tinha o Sol Invicto como a sua
cunhagem oficial. Quando aconteceu a ascensão do cristianismo, ficou decidido
que a referida data seria para comemorar o santo “São João”. Com isso, a cultura
europeia e de suas colônias, foi se adaptando gradativamente, como é o caso no
novo mundo e do nordeste do Brasil.
Mesmo sendo na atualidade uma dança
popular, é bom lembrar que a quadrilha que era muito difundida na França, foi
inicialmente dançada na corte francesa. Em seguida, no campo entre os
agricultores e seus familiares. Com a descoberta do novo mundo, os costumes e a
cultura europeia vieram juntos. Foi assim que se consagrou as quadrilhas mais
antigas que traziam muitas palavras francesas e que foram ao longo do tempo
sendo aportuguesadas aqui no Brasil.
Alavantú, vem do francês “en avant tous”
(todos para a frente); changê de damas e changê de cavalheiros, vem do verbo
“changer” que significa trocar, neste caso, trocar de damas e trocar de
cavalheiros. Anarriê também é do françês
“en arrière” (todos para trás); Otrefuá, do francês “autre fois” que significa outra vez.
O que não havia na quadrilha francesa e
que foi adaptado pelo povo brasileiro, foi a encenação do casamento matuto,
neste caso a quadrilha gira em torno desse casamento matuto na roça, em que o
noivo é obrigado a casar pelo pai da noiva, que com uma espingarda apontada
para a cabeça dele, o obriga definitivamente a aceitar o casamento.
As festas juninas são comemoradas no dia
13, em homenagem a São Pedro, quando na véspera se comemora o dia dos
namorados; o dia de São João, 24, é o dia mais comemorado, há fogueiras, queima
de fogos e impera a comida derivada do milho, inclusive porque é período de
colheita. Dia 29 comemora-se o São Pedro que também é muito lembrado nas
pequenas cidades do interior. Nesse período, não se toca outra música a não ser
o forró. Para o nordestino, o São João tem o mesmo significado que o Círio de
Nazaré para o amapaense.
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