Etimologicamente o termo teatro deriva do
latim theatrum e do grego theatron, que dá ao vocábulo o sentido
de miradouro, praticamente, lugar de onde se vê, lugar para olhar, detheasthai, “olhar”, mais – tron,
sufixo que denota “lugar”. Entendendo-se dessa maneira, que o sentido primitivo
da palavra “teatro”, estava relacionado estritamente com a ideia da visão. Esse
verbete, que significava o prédio onde são realizados espetáculos,
posteriormente se tornou mais amplo e a ter maior alcance, com vários sentidos
conotativos, designando peças, produção, preparação de uma peça teatral em
geral, entre outros.
Esse teatro do qual conhecemos na
atualidade, originou-se basicamente de três festividades: a) dos mistérios de
Delos; b) da louvação às divindades Quintelanas – Elêusis, Demótes e
Proserpina; e c) do culto ao Deus Dionísio. Sendo que esta última versão se
considera como a mais provável, segundo estudos históricos e antropológicos já
realizados.
Sabe-se que uma vez ao ano, justamente por
ocasião das vindimas (colheita de uvas), prestava-se homenagem ao Deus
Dionísio; Deus da uva e do vinho; da embriaguez e da fertilidade. Geralmente,
nesses cultos sacrificava-se um animal, mais praticamente um bode que, por sua
vez, significa tragos em grego, de
onde surge etimologicamente a palavra tragédia.
Comumente ao som de música de flautas, as
bacantes dançavam em honra ao Deus Dionísio, juntando-se aos sátiros, também
dançarinos, que vestidos à caráter, imitavam bodes, que, para a cultura grega
desse período significavam os companheiros do Deus. Depois de algumas horas, já
embriagados, entregava-se com entusiasmo a esse frenesi, esse culto, a esse
verdadeiro espetáculo. Nessas condições, o teatro tem, notadamente, origem
religiosa e campestre.
Com o passar do tempo, o próximo passo foi
a organização de procissões, que se tornaram muito mais religiosas do que
profanas. Essas procissões tinham caráter comum, onde todos os celebrantes se
juntavam tendo à frente jovens que cantavam um hino improvisado, chamado
“ditirambo”. E assim, giravam em torno do altar do Deus, agradecendo pela
colheita da uva e pelo sexo, que significava a fertilidade da vida. Em seguida
o coro separou-se do recitador e nesse momento crucial da história do teatro,
havia nascido o primeiro ator. Contudo, na procissão já se podia constatar três
artes: primeiramente, o canto, depois a dança e em terceiro a atuação e
representação. Nesse caso, à frente vinha o corifeu – de onde surge a palavra
coro – vestido com pele de bode, e todo o resto do grupo respondia ao
ditirambo, atuando como um verdadeiro balé litúrgico, numa fusão do trágico e
do cômico.
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