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segunda-feira, 9 de abril de 2018

BÉLGICA




     Em fevereiro passado estive em Bruxelas-Bélgica com o objetivo de ministrar uma oficina de teatro do oprimido. Fui convidado para ministrar esse workshop pela Associação Arte N’ativa. Sempre que vou para qualquer lugar do mundo, levo comigo as melhores lembranças e falo com as pessoas de tudo de melhor que tem o nosso Amapá, há vinte e três anos que faço isso. Tenho orgulho de ter podido contribuir com este pedaço de Brasil.
     Augusto Boal é um dos mestres do teatro brasileiro, seu método e sua estética, conhecido como “teatro do oprimido” na atualidade vem sendo estudado em mais de cem países do mundo. Sua teoria com bases marxistas, surgiu em função da luta de classes no Brasil, principalmente em função do regime militar que vigorou por vinte e quatro anos em nosso país.
     Ele é o fundador do teatro do oprimido, método que cria laços estreitos entre o teatro e a ação social. Esse método é conhecido em várias partes do mundo. Sua estética, transforma o teatro em instrumento de emancipação política. Esta teoria surgiu a partir de suas experiências no teatro de Arena de São Paulo entre 1956 a 1970, quando lá trabalhou com vários artistas que hoje são conhecidos em nosso país.
     O workshop que ministrei foi muito bem proveitoso, tendo em vista que tínhamos tanto brasileiros como belgas participando do mesmo. Em função de ser uma estética que pode ser realizada por atores, não atores e pessoas comuns, o curso foi muito procurado pelos cidadãos do próprio local.
     A cidade de Bruxelas tem um ar bucólico, romântico e conota muita nostalgia. É uma cidade medieval visto que suas construções e principalmente igrejas antigas remontam ao século XVI. Em função do período de inverno, tudo estava muito cinzento. Aliás, os prédios, as ruas, o tempo e as pessoas parecem uma pintura monocromática de algum pintor famoso. As cores vivas quase não existem. Todos andam agasalhados com roupas cinzas ou pretas para poderem enfrentar o frio.
     Estive lá num dos últimos rigorosos invernos, o termômetro chegava a seis graus abaixo de zero, o frio era intenso. Tudo praticamente congelado, inclusive os rios e lagos, que estavam em sua maior parte, congelados. Uma das coisas que me chamou atenção foi o uso cotidiano da bicicleta. Lá, todo mundo tem uma bicicleta, e de todos os tipos: para uma, duas ou três pessoas; bicicletas para levar o bebê entre outras. O interessante é que esse trânsito de bike, convive harmoniosamente com os outros veículos. Ciclovias tem para todos os lugares. Bonito ver um monte de ciclistas esperarem o sinal verde abrir para poder seguir viagem. Algo que não existe no Brasil. Por outro lado, o transporte coletivo, tanto ônibus quanto o trem, sempre passam na hora exata em cada ponto, estação ou parada. Mesmo com todo o frio, todos se deslocam e o tráfego de bicicleta é intenso.


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