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segunda-feira, 30 de março de 2015

OSVALDO SIMÕES E O TEATRO NO AMAPÁ



     Francisco Osvaldo Simões Filho é personalidade do teatro amapaense. Embora poucas pessoas saibam, em muito ele contribuiu com o teatro no Estado do Amapá, principalmente entre as décadas de 1970 e 1980. Na época da ditadura militar foi um dos principais atores que se dedicou na luta pela liberdade de expressão no Amapá.
    O mesmo iniciou sua carreira no teatro amapaense quando ainda não havia nos limites da cidade de Macapá a ideia de apresentações em espaços públicos como teatro e tablados que aqui existiam na década de 1970, como por exemplo, o palco da Rádio Educadora e da Rádio Difusora. Portanto, até a década de 1970 não havia grupos específicos com o intuito de se apresentarem nesses espaços. O que se tinha conhecimento até esse período era a apresentação de grupos no interior das igrejas e escolas espalhadas pela cidade.
     O próprio sistema ditatorial, determinava aquele momento histórico e fazia com que pequenos grupos se refugiassem principalmente no interior das igrejas.  E foi assim que muitos jovens buscaram seu refúgio realizando pequenos dramas e esquetes no interior das paróquias, único local que os apoiava intencionalmente. Vale lembrar que nesse período a cidade contava apenas com três espaços dignos de apresentação de espetáculos teatrais: os palcos das emissoras: Rádio Educativa (que pertencia à diocese) e Rádio Difusora (que pertencia ao governo do ex-Território), além do Cine Teatro Territorial que encontrava-se fechado naquele período.
     Sem sombra de dúvidas, na década de 1970, o bairro do Laguinho foi quem mais representou o desejo de liberdade no Amapá. Expoente na maioria das vezes no que diz respeito aos movimentos artísticos que aconteceram naquele período. Não só em relação especificamente ao teatro, mas à própria cultura como um todo. Como não poderia deixar de ser, o artista Osvaldo Simões vem do Laguinho, juntamente com um grupo de jovens com o desejo de contribuir com a arte que se fazia no Amapá, naquele período.
     Como o bairro do Laguinho tornou-se pequeno, o grupo, ávido de liberdade e cultura, passou a se encontrar no centro da cidade. Faziam parte dessa trupe: Osvaldo Simões, Maria Benigna, Eduardo Canto, Consolação Corte entre outros. “O Juiz de Paz na Roça” de Martins Pena, foi o primeiro texto em que Osvaldo participou como ator. O que era uma leitura dramática com o tempo transformou-se num espetáculo, que ficou em cartaz entre 1971 e 1972. Esta peça foi apresentada em locais alternativos nas cidades de Macapá e Santana.

     “Bonequinha de Pano” foi o segundo espetáculo que Osvaldo Simões trabalhou, sendo que nesta ocasião o grupo conseguiu apoio do SESI, que o estimulou com a doação do figurino do espetáculo. Foi a partir desse trabalho que o grupo passou a discutir um nome para determinar o próprio grupo, que ficou mais conhecido como “Telhado”. O Grupo de Teatro Telhado foi onde Osvaldo Simões vivenciou suas mais brilhantes experiências na área do teatro no Amapá. No entendimento de que a arte amapaense estava descoberta, foi assim que a turma de jovens decidiu colocar o nome do grupo de “Telhado”, com o objetivo dar uma cobertura na arte amapaense naquele momento. E Osvaldo Simões fez história como integrante do  Grupo de Teatro Telhado. 

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