Contatos

palhanojp@gmail.com - palhano@unifap.br

segunda-feira, 11 de junho de 2012

EU QUERO BRINCAR


Carta de uma criança às autoridades do Estado do Amapá
                                         

     Tenho oito anos. Sou uma criança feliz e gosto muito de brincar. Aqui em Macapá o melhor local para se brincar ao ar livre é no cartão postal de nossa cidade, o conhecido lugar bonito e é para lá que sempre vou com minha família aos finais de semana. É bom demais...! Eu adoro...! Lá eu posso correr, encontrar meus coleguinhas da escola, comer batatas fritas, chupar picolé, comer churro e beber água de coco entre outras coisas boas de fazer aos finais de semana.
      Aliás, gosto muito daquela área que abrange o lado sul da Fortaleza de São José de Macapá, com brinquedos; o lado norte, com aquele espaço imenso e seu teatro ao ar livre, continuando com as barraquinhas de comidas típicas da região e ainda a casa do artesão, uma sala de visita para todo o povo do lugar e principalmente para os turistas que por aqui passeiam. (Não quero nem falar aqui do canal da Mendonça Júnior pelo medo que tenho de cair lá dentro e pelo mau cheiro que exala quando o rio Amazonas está em baixa mar).
     Para os adultos tem as barraquinhas dos bares da beira rio. Como sou criança e não bebo nenhuma bebida alcoólica, gosto de passear com minha bicicleta naquele pedaço de asfalto que fica defronte aos bares e de braços abertos para o rio Amazonas, depois tomar um sorvete de açaí muito gostoso e em seguida beber água. Seguindo ainda em direção ao norte tem o ótimo passeio de bondinho no trapiche Eliézer Levy e também gosto de brincar naqueles brinquedos de pula-pula e outros infláveis de saltar e escalar que ficam defronte à Praça Zagury.
      Tudo isso é muito bom para quem é criança, mas eu quero falar aqui para vocês da decepção que tive este último domingo, dia 03 de junho de 2012 quando fui passear com minha família no lado norte da Fortaleza, local que eu tanto aprecio. Pedi a meu para comprar uma pipa. Eu gosto muito de brincar de empinar pipa naquele lugar porque ela sobe rapidinho por causa do vento que em muito ajuda.
     A minha maior decepção é que eu estava com a pipa na mão, mas não podia empiná-la. Por que eu não podia brincar com minha pipa? Exatamente porque naquela área da fortaleza havia vários grupos de meninos, rapazes e homens com pipas com um material chamado cerol para derrubar todas as pipas das crianças que lá estavam tentando se divertir.
     Parei um momento e perguntei a mim mesmo: - Onde eu me meti? O lugar mais bacana para empinar pipa aqui na cidade e o cidadão de bem não pode usufruir deste lazer em função de algumas gangs de garotos que livremente, ficam correndo para lá e para cá com linhas perigosíssimas, que além de derrubar e assaltarem nossos queridos brinquedos, também colocam em risco a vida das pessoas de bem que por ali tentam se divertir.
     Me ensinaram na escola que colocar cerol na linha da pipa era contra a lei! Que lei é essa que não é cumprida pelo menos naquele ambiente? Onde estão os guardas da prefeitura ou a polícia do Estado para coibir com essa prática tão perigosa? Sai de lá muito triste por não ter brincado com minha pipa. Cadê as autoridades que não olham para o que está acontecendo naquele espaço urbano? Espero que no próximo domingo eu possa me divertir livremente soltando pipa e rabiola no lugar mais bonito da cidade de Macapá. É o que eu desejo a mim e a todos vocês: “- Um bom domingo.”
                                                                               Assinado: Áiped Macapaense da Silva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário