Fala as escrituras que Cristo transformou
água em vinho; que ele, também transformou cinco pães e dois peixes em muita
comida e distribuiu para uma multidão. Ao final todos se saciaram e ninguém
ficou com fome. Em seguida, Jesus mandou que seus discípulos recolhessem o que
sobrou. Os discípulos ainda encheram doze cestos de pedaços de pão e peixes.
Além de ter saciado a fome de muitos ainda restou alimento para mais um dia.
Há dezessete anos e meio que estou no
Amapá e durante quase essas duas décadas nenhum governo teve a ousadia de
realizar a publicação de um edital na área da cultura para, por exemplo:
montagem de espetáculos teatrais, de dança; para publicação de livros; para
circulação de espetáculos. Todos os anos, a política desses gestores tem
convergido para quatro esferas hegemônicas, ou seja: em fevereiro o carnaval;
em junho as quadrilhas e no segundo semestre o Macapá Verão e a Expofeira.
Quando enfoco aqui órgãos de cultura, me
dirijo aos que governaram e governam o Estado como também aos que governaram e
governam a Prefeitura de Macapá. Parece-me que em nenhuma dessas instâncias há
preocupação com nossa arte. E olha que tivemos aqui uma Fundação de Cultura do
Amapá, hoje Secretaria de Cultura em nível de Estado e, um Departamento de
Cultura da Prefeitura Municipal.
Para se ter uma ideia, há vários anos que
se debate a reestruturação e reutilização do antigo Cine Teatro Territorial,
que seria consequetemente administrado pela Prefeitura Municipal de Macapá.
Fato que até hoje não foi concretizado. Mas, o que é preciso para realizar
eventos de pequeno porte? Por que os órgãos de cultura não se propõem a
realizar eventos de pequena escala como um festival de arte? O que está
faltando para que tal realidade se concretize?
Enquanto órgãos estaduais e municipais
decidem uma fórmula de socializar a arte em nosso Estado, felizmente, há uma
instituição privada conhecida como SESC em nossa cidade que com poucos recursos
e força de vontade promove vários eventos, todos os anos, voltados para arte e
cultura deste lugar.
Sob Coordenação de Genário Dunas que é
Diretor do Setor de Cultura do SESC Amapá, esta instituição conseguiu
transformar poucos recursos em algo tão significante para a cultura local
quando, por exemplo, concretiza um evento cultural como a “VII ALDEIA SESC
POVOS DA FLORESTA” que aconteceu entre 21 e 25 de maio do ano em curso. Evento
este que não se restringiu apenas a socializar a produção cultural local, mas
que trouxe ainda espetáculos de outros Estados como: Maranhão, Paraíba e
Pernambuco. Foi um evento marcado com oficinas de vários gêneros incluindo as
áreas de Teatro, Dança, Música e Artes Visuais.
O SESC Amapá em muito vem contribuindo
para a socialização e divulgação da arte e da cultura em nosso Estado. A
diversidade da programação abrangia espetáculos como: Buiando na Intranet
(Amapá), Pai e Filho (Maranhão), João Cheroso e João do Céu Vendendo Cordel
(Amapá), Como Nasce um Cabra da Peste (Paraíba), A Fábula da Onça e do Bode
(Amapá) entre outros.
Foi assim que o Setor de Cultura do SESC
Amapá conseguiu, com poucos recursos financeiros transformar água em vinho,
cinco pães e dois peixes em grande quantidade de alimento cultural significativamente
necessário para saciar a sede e fome de uma multidão que faz arte e cultura no
Estado do Amapá, como também ao grande público que lá esteve presente
insistentemente. Ao final todos se saciaram e ninguém ficou com fome.
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