COMO
É FORTE NOSSA FORTALEZA
Passou o tempo em que havia uma fortaleza
no centro de Macapá e ninguém a percebia. A fortaleza estava na cidade, mas não
fazia parte dela. Vivia abandonada e cheia de árvores e mato que tomava conta o
seu interior. Um dia foi descoberta. Alguém a descobriu e a trouxe de volta.
Ela sempre esteve lá, mas foi preciso um olhar mais aguçado que fizesse com que
ela ressurgisse. Vieram os arqueólogos que passaram meses e meses cavando,
mexendo, descobrindo e revelando as entranhas de sua história. Trouxeram seus
instrumentos de precisão e restauraram seu interior e sua parte externa. Até
paredes que estavam encobertas de terra surgiram para vangloriar o amapaense.
A Fortaleza foi surgindo lentamente,
chegando para perto da cidade, se aproximando incondicionalmente. E as pessoas
começaram a ter no seu cotidiano aquele gigante de pedra que vinha ressurgindo,
como a fênix, das cinzas. Ela veio e abraçou a cidade, a cidade a abraçou e a
população também. Seu interior foi aberto para visitas e o povo passou a
apreciar mais um edifício restaurado e que faz parte de sua história cultural.
No seu entorno as praças foram aparecendo
lentamente. Muitos dias de espera até que tudo ficasse pronto. Na parte norte
definiu-se uma espécie de anfiteatro, que como no teatro grego antigo passou a
ter como pano de fundo uma grande muralha. Já serviu até de cenário para o
Jornal Nacional, uma honra para os munícipes. Por outro lado, muitos eventos já
foram realizados, naquele amplo e ventilado espaço público.
No lado sul inaugurou-se um amplo espaço
de lazer com parque de diversão para crianças, pena que foi abandonado pelos
gestores. Denominou-se de lugar bonito. Hoje possui muitas árvores que já
cresceram em função do tempo. Como as árvores, nossos filhos também crescem,
quase imperceptivelmente. O lugar bonito virou cartão postal. O cartão postal
mais bonito de Macapá.
Acredito que a Fortaleza de São José de
Macapá poderia ser mais utilizada no sentido de se promover e se criar eventos
tradicionais, eventos que se tornassem clássicos, como por exemplo, alguma
encenação de época com soldados vestidos à caráter com roupas medievais,
elevando tochas para iluminar seu
caminho.
Como a peça Uma Cruz Para Jesus, poder-se-ia
montar algum trabalho de época sobre a história do Amapá enfocando a
participação de Cabralzinho na defesa de nossas terras. Espetáculo que no
período de verão fosse apresentado, por exemplo, religiosamente numa sexta
feira às 19:00 hs, e que houvesse a possibilidade de no roteiro ouvir-se um
estampido de canhão. Seria um espetáculo tradicional e clássico e que constasse
no guia turístico de nossa cidade.
PhD. Romualdo Palhano.
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