Desde o espaço cênico esférico
primitivamente criado pelos gregos para realizarem seus jogos dramáticos e
teatrais, em homenagem ao deus Dioniso, ocasião em que não havia, a priori, nem palco nem plateia. Em sua
evolução histórica e cenográfica, o teatro passou por diversas transformações.
Tanto no âmbito da estrutura do espetáculo como também no que diz respeito à
estrutura do edifício teatral. Essas mudanças foram constantes e dialeticamente
significativas, tendo em vista as necessidades sociais de cada sociedade e
período histórico.
Uma dessas primeiras mudanças aconteceu
ainda na Grécia Clássica, paralelamente à trajetória da própria estrutura
cênica. Nesse primitivo período, o teatro grego passou a ser construído entre
montanhas, com capacidade para aproximadamente quatro a cinco mil pessoas.
Nesse ínterim, o espaço cênico passou de circular para semicircular, cujo
cenário era fixo. Fato é que o homem não havia ainda conquistado o domínio do
arco, o que vem acontecer já no império romano proporcionando revolução na
arquitetura, sendo um dos maiores exemplos desse período, o Coliseu de Roma,
que é símbolo da cultura pagã. Com ascensão do Cristianismo esse templo passou
a ser esquecido.
Certamente o teatro romano apresentava uma
estrutura semelhante ao da Grécia, mas passou a ser construído sem utilizar
montanhas como base, por quê? Vejamos, a primeira questão é que a maioria dos
teatros foi construído, um tanto quanto afastado das cidades; outra questão é
que o teatro que se fazia na Antiga Grécia exigia que os atores ficassem de
frente para o público, em função disso, construiu-se um espaço cênico
semicircular com os locais de entrada e saída dos personagens.
Já o modelo de teatro que se fazia na Roma
Antiga, não exigia diretamente essa frontalidade com o público, sendo que lá, a
arquitetura teatral passou a ser construída em forma circular de onde
possibilitava que o público pudesse assistir ao espetáculo, de qualquer lugar
da arena, dessa forma, surge o anfiteatro, que significa dois lados (ver dos
dois lados). Esse fenômeno se deu em função da nova concepção do espetáculo
romano que se resumia em lutas de gladiadores, lutas de homens contra animais,
o que não havia necessidade desses performers estarem totalmente de frente para
o público, fato que, atualmente acontece numa partida de futebol. Neste caso, o
cenário também era fixo.
Salienta-se que foi em Roma que ocorreu a
primeira possibilidade de se cobrir esse grande espaço com uma imensa lona. É a
partir daí que surge o circo romano. Com o advento do cristianismo, mistérios e
moralidades foram apresentados em carroças que possuíam o cenário dividido,
enquanto de um lado havia o céu, no outro lado do palco era o inferno.
Quanto ao cenário poderíamos falar de
“Pintura de Cena”, que era o termo empregado pelos Helenistas. Esse mesmo termo
foi introduzido por Sófocles, mas, possivelmente foi utilizado na última
trilogia de Ésquilo. O cenário clássico grego era organizado com uma parede de
fundo, que também exercia a função de coxia para os atores trocarem de
figurinos.
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