Contatos

palhanojp@gmail.com - palhano@unifap.br

sábado, 23 de outubro de 2021

TEATRO DO AMAPÁ: AGORA EM LIVRO

 


     Neste ano de 2021, o teatro do Amapá virou história documentada em função da obra de minha autoria “História do Teatro do Amapá: Do Século XVIII à Década de 1940”. Este livro, caro leitor, é resultado de vários anos de pesquisa, leituras, estudos, reflexões, perquirições e escritos. É, sem dúvida, o primeiro livro com a exclusiva preocupação de anunciar e socializar uma história do teatro do Amapá que, por seu turno, se encontrava obscura e em águas profundas. Durante todo esse tempo, me senti como se estivesse verdadeiramente num garimpo. Não obstante, esforço-me para tentar compreender que é essa a minha missão. Renunciei, me privei, abdiquei de tantas outras coisas que poderia ter feito, mas resolvi me dedicar a este assunto que tanto me conforta e que tenho imensa paixão em concebê-lo.

Esta região, denominada há tempos de Cabo Norte, inacreditavelmente nos apresenta manifestações teatrais desde o século XVIII, com a presença de um pequeno teatro de madeira instalado na Vila de São José de Macapá. Somando-se a este fato a dramatização da “Batalha Entre Mouros e Cristãos”, na Vila de Mazagão Velho, que neste ano de 2021 resulta na ducentésima quadragésima quarta apresentação, que sempre é realizada a céu aberto, tendo como atores os próprios moradores da referida vila.

Em relação à inauguração do Cineteatro Territorial na década de 1940, acredito que inicialmente, o mesmo serviu como point das benesses e do welfare state da elite recém-chegada, visto que foi palco de muitos artistas famosos que aqui aportaram em função da política cultural do primeiro governo do Território, que, por sua vez, apoiava em todos os sentidos a chegada desses artistas até a cidade de Macapá. Torna-se fato que famosos artistas como: Rodolfo Mayer, Bibi Ferreira, Procópio Ferreira, Concita Mascarenhas, Fernanda Montenegro, Luiz Gonzaga, Dalva de Oliveira, Trio Iraquitam, entre outros, aqui se apresentaram.

 Essa efervescente movimentação cultural de artistas famosos, ao se apresentarem no Cineteatro Territorial, consequentemente fez motivar e aflorar nos jovens que aqui residiam, estreitas relações com a arte de representar. Situação que refletiu em alguns grupos que começavam a se aglomerar, mas, ainda sem o amadurecimento e a experiência técnica de montagem de espetáculos teatrais. Para suprir essa necessidade, no final da década de 1940, alguns diretores oriundos da cidade de Belém do Pará, aqui chegaram para contribuir com essa emergente produção cultural do nosso Estado.

 Minha intenção com este estudo, não foi a de me aprofundar ipsis litteris no assunto abordado, até porque não havia como, em função das minhas atividades profissionais que não se resumem apenas à pesquisa, mas à sala de aula, educação, extensão, coordenação, comissões de avaliação e outros afazeres que nos destina a vida acadêmica. O que se encontra na obra, é o embrião do que nos oferece o Estado do Amapá em relação ao desenvolvimento do seu teatro. No entanto, refiro-me a cada parágrafo que aqui foi pesquisado e escrito (o que antes não havia sido concentrado em nenhuma obra). Porém, estou ciente de que todas as páginas desse volume merecem, no futuro, novos estudos, e é isto que venho sempre colocando para meus alunos do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Amapá.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário