Há mais de um ano que estamos enfrentando
a pandemia do coronavírus, e é sabido que todos os setores da sociedade tanto
no Brasil como no mundo, indiscriminadamente, vêm sofrendo os dissabores dessa
avalanche endêmica. As empresas fecharam suas portas, as pessoas ficaram
desempregadas, as escolas deixaram de dar aulas presencial para aulas online,
os hospitais e os cemitérios entraram em colapso, entre outros setores da sociedade.
Isso me fez lembrar a famosa música do cantor e compositor Raul Seixas, quando
ele sugeria numa de suas músicas da década de 1970, sobre uma possível
paralisação da sociedade, relatada na frase “o dia em que a terra parou”.
Sinceramente...!!! Depois da pandemia da
febre espanhola, que aconteceu aproximadamente a partir do ano de 1918, do
século XX, e que criou uma devastação significativa da população que havia,
principalmente na Europa, nenhuma outra crise sanitária havia acontecido nesses
últimos 100 anos, tão feroz quanto a pandemia da covid-19. Claro, que outros
problemas semelhantes aconteceram, como a gripe influenza, a epidemia da aids,
entre outras, mas essa pandemia do coronavírus superou a todas.
Entre tantos outros, gostaria de destacar
aqui, um dos setores que em muito se viu encurralado e praticamente sem saída,
em função da crise sanitária que vivemos hoje. A arte e seus artistas. O homem,
em grupo ou em sociedade, sente a necessidade da arte, que em muitas vezes se
transforma num bálsamo de motivação de energia para que o indivíduo tenha menos
dificuldade para enfrentar as vicissitudes de vida. Este setor vem sofrendo
muito, considerando que toda atividade artística foi proibida, em função do
distanciamento social.
Teatros foram fechados, carnaval adiado, e
shows cancelados. E como muitas outras atividades do nosso cotidiano, a arte
também com seu poder de ordem e desordem, construção e desconstrução,
infinitamente, buscou se reconstruir. Migrou, e foi de encontro à rede
internacional de computadores, se apossando de suas salas, aplicativos e lives,
para poder sobreviver. Enfim, todas as atividades artísticas, hoje, se voltam
para apresentarem seus mais diversificados espetáculos e programações nas redes
sociais. Aqui, percebe-se a aglutinação da arte, ciência e tecnologia, e é em
função dessa união que a sociedade possui, nos dias de hoje, a chance de
apreciar a arte como um todo, principalmente a partir de um simples aparelho de
telefonia celular.
Aqui no Amapá, nossos artistas permanecem
com seus trabalhos de forma virtual, visto que esta é a única solução nesse
momento da pandemia. Se por um lado, muitos artistas se fazem presentes nas
redes socias, por outro, se faz necessário que os órgãos de cultura, se voltem para
subsidiar essas manifestações artísticas. Há trabalhos importantíssimos, como:
o de Amadeu Lobato, autor do espetáculo “Uma Cruz para Jesus’; o trabalho
comunitário do Daniel de Rocha e Tina Araújo, com o Teatro Marco Zero, no Perpétuo
Socorro; Wenner George (Romário), com o seu Centro de Experimentação Artística
e Cultural Encanto dos Alagados, no Muca; o excelente trabalho de Joca
Monteiro, na baixada Pará; e ainda a Companhia Cangapé, no Araxá, com
Washington Silva, entre outros. Finalizo este artigo, afirmando que nossos
artistas precisam de apoio dos órgãos de cultura, para se manterem enquanto
cidadãos amapaenses e brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário