O teatro no Amapá é muito antigo. Os
primeiros momentos aqui em nosso Estado têm início ainda no século XVIII com a
apresentação teatral da luta dos Mouros e Cristãos na antiga Vila de Mazagão
Velho. Esse espetáculo que continua sendo apresentado nos dias atuais revela-se
no teatro mais antigo do Amapá. Também é o mais remoto teatro apresentado ao ar
livre em nosso Estado. Em segundo lugar temos o espetáculo “Uma Cruz Para
Jesus” de Amadeu Lobato que há 33 anos vem sendo apresentado ao lado da Fortaleza
de São José de Macapá.
Ainda há registros de que em 1775 existiu
um pequeno teatro de madeira no centro da cidade de Macapá, nas imediações do
antigo prédio da Intendência, hoje Museu Joaquim Caetano. Esse teatro foi
visitado por Mendonça Furtado que era naquele momento Governador da Província
do Grão-Pará, sendo que na ocasião, o mesmo deixou uma quantia em dinheiro para
a restauração do referido teatro.
Há conhecimento de que na década de 1920,
Padre Júlio Maria Lombard também foi diretor e organizou seu grupo de teatro
com vários coroinhas para que os mesmos pudessem adquirir melhor desenvoltura
para exercer com mais eficiência as atividades no âmbito da igreja católica.
Em 1960 tivemos aqui o Teatro do Estudante
do Amapá que em muito contribuiu para fomentar as atividades teatrais em nosso
Estado. Na década de 1970 há a presença permanente do “Grupo Telhado”.
Percebe-se a presença marcante nessa época do MOBRAL – Movimento Brasileiro de
Alfabetização, que trouxe para nosso Estado muitos cursos de interpretação e
direção. Em função disso, muitos grupos de teatro foram fundados nessa época.
Foi a partir de um desses cursos que surgiu o “Grupo Língua de Trapo” que
atualmente vem apresentando um de seus clássicos que é o espetáculo teatral “Bar
Caboclo”. Na década de 1980 aparece o SESC – Serviço Social do Comércio com
várias montagens como “Dona Baratinha” e “O Palhaço e o Rei”, imbuídas neste
processo estavam a Professora Nazaré Trindade e a atriz Cecilia Lobo.
Também há notícias de que entre a década
de 1940 e 1950 o Governador Janarí Gentil Nunes convidou um famoso Circo para
passar uma temporada aqui em Macapá. Na época a trupe circense gostou tanto da
cidade que resolveu aqui estabelecer residência. Os que faziam parte desse
grupo permaneceram aqui e ainda hoje muitos de seus familiares continuam em
Macapá. A família Banhos que hoje vive em nossa cidade é descendente de
artistas circenses.
Não imaginava que a apresentação da batalha dos Mouros e Cristãos era tão antiga assim. Muito interessante a postagem, professor! :)
ResponderExcluirMuito bom esse texto professor, dá até para repassar para meus aalunos se o senhor permitir.
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