O Teatro conhecido como “Teatro do
Absurdo” surgiu em função da destruição de valores e crenças, após a segunda
Guerra Mundial. Essa teoria produz um teatro antir-realista, ilógico, que
encara a linguagem como obstáculo entre os homens, condenados à solidão. Um dos
principais expoentes do Teatro do Absurdo é Samuel Beckett (1906-1989), misto
de dramaturgo, poeta e romancista irlandês.
Depois de formado em Dublin, mora em Paris
por dois anos. Seu teatro é recheado de paradoxos e humor negro, e rejeita a
busca de explicação da existência através do racionalismo. Em “Esperando
Godot”, sua primeira peça, dois vagabundos conversam esperando um misterioso
Godot que nunca aparece, numa parábola da condição humana.
Em aberta oposição à esterilidade do
teatro francês anterior à guerra, um gênio iluminado chamado Antoine Artaud
escreveu vários folhetos nos quais escrevia com imaginação e intuição outro
teatro cujo núcleo central se expressa mediante as formas que lhe são mais
próximas. Um teatro que atua como uma epidemia, por intoxicação, por infecção,
por analogia, por magia. Um teatro onde a obra, a própria representação fala em
lugar do texto.
O teatro do absurdo não buscava o irreal
por buscá-lo. Empregava o irreal para fazer certas explorações, já que
observava a falta de verdade na vida cotidiana. O que Artaud queria em sua
busca pelo sagrado era absoluto: desejava um teatro que fosse um lugar sagrado;
queria que esse teatro fosse realizado por um grupo de atores e diretores
devotos, que criasse uma maneira espontânea e sincera de violentas imagens em
cena.
Artaud afirmava que só o teatro poderia
nos libertar das reconhecidas formas em que vivemos nesta vida cotidiana e isso
fazia do teatro um lugar sagrado onde se poderia encontrar uma maior realidade.
Nas impressionantes palavras “teatro da crueldade” se busca um teatro mais
violento, menos racional, mais extremado, menos verbal e mais perigoso.
Os atores de Grotowski oferecem sua
representação como uma cerimônia para quem deseja assisti-los. É o ator que
invoca o que há de mais simples em todo ser humano e encobre a vida cotidiana.
O teatro de Grotowski é o que mais se aproxima do ideal de Artaud.
PhD em Romualdo Palhano.
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