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segunda-feira, 12 de março de 2012

O TEATRO DO ABSURDO


                                                                           

     O Teatro conhecido como “Teatro do Absurdo” surgiu em função da destruição de valores e crenças, após a segunda Guerra Mundial. Essa teoria produz um teatro antir-realista, ilógico, que encara a linguagem como obstáculo entre os homens, condenados à solidão. Um dos principais expoentes do Teatro do Absurdo é Samuel Beckett (1906-1989), misto de dramaturgo, poeta e romancista irlandês.
     Depois de formado em Dublin, mora em Paris por dois anos. Seu teatro é recheado de paradoxos e humor negro, e rejeita a busca de explicação da existência através do racionalismo. Em “Esperando Godot”, sua primeira peça, dois vagabundos conversam esperando um misterioso Godot que nunca aparece, numa parábola da condição humana.
     Em aberta oposição à esterilidade do teatro francês anterior à guerra, um gênio iluminado chamado Antoine Artaud escreveu vários folhetos nos quais escrevia com imaginação e intuição outro teatro cujo núcleo central se expressa mediante as formas que lhe são mais próximas. Um teatro que atua como uma epidemia, por intoxicação, por infecção, por analogia, por magia. Um teatro onde a obra, a própria representação fala em lugar do texto.
     O teatro do absurdo não buscava o irreal por buscá-lo. Empregava o irreal para fazer certas explorações, já que observava a falta de verdade na vida cotidiana. O que Artaud queria em sua busca pelo sagrado era absoluto: desejava um teatro que fosse um lugar sagrado; queria que esse teatro fosse realizado por um grupo de atores e diretores devotos, que criasse uma maneira espontânea e sincera de violentas imagens em cena.
     Artaud afirmava que só o teatro poderia nos libertar das reconhecidas formas em que vivemos nesta vida cotidiana e isso fazia do teatro um lugar sagrado onde se poderia encontrar uma maior realidade. Nas impressionantes palavras “teatro da crueldade” se busca um teatro mais violento, menos racional, mais extremado, menos verbal e mais perigoso.
     Os atores de Grotowski oferecem sua representação como uma cerimônia para quem deseja assisti-los. É o ator que invoca o que há de mais simples em todo ser humano e encobre a vida cotidiana. O teatro de Grotowski é o que mais se aproxima do ideal de Artaud.
                                                                        PhD em Romualdo Palhano.

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