ODE A FERNANDO CANTO
Conheci o professor Fernando Canto lá
pelos idos anos de 1994, do século XX, quando eu assumi uma cadeira de
professor no Núcleo Pedagógico Integrado da Universidade Federal do Pará. Nosso
primeiro contato foi exatamente a partir da cultura, visto que eu havia
dirigido com alunos do NPI/UFPA, o espetáculo de revista, Para Esse Barco
não Pará, e fizemos uma temporada na Praça Presidente Vargas, no Núcleo de
Cultura da UFPA, instalado naquele famoso jardim. Foi nesse encantador espaço
que tive minhas primeiras impressões em relação ao escritor Fernando Canto.
Como conhecedor, desbravador e eclético, ele exercia no mínimo duas funções
naquela casa de ensino, por um lado, técnico, e por outro, professor da
disciplina de sociologia.
Ainda em 1994, resolvi me submeter a
concurso para a Universidade Federal do Amapá. Com resultado positivo, e perante
a necessidade de concluir meus diários, no finalzinho do ano, tive que
solicitar exoneração da UFPA. Já no dia 2 de janeiro de 1995 tomei posse na
UNIFAP, minha casa preferida, à qual, permaneço até os dias atuais. E foi neste
mesmo ano que certo dia, encontrei Fernando Canto, já como servidor da UNIFAP. Na
ocasião, lhe perguntei: - Ué! Mas...! Você é irmão daquele rapaz que trabalha
na UFPA? Ele me respondeu: - Sou eu
mesmo, agora estou aqui como funcionário da UNIFAP. Fiquei espantado por tê-lo
visto por aqui, e podermos então, compartilhar a partir daquele momento, numa
instituição, à qual, passaríamos longos anos.
Com o passar dessas três décadas venho
acompanhando toda a dedicação laboriosa do músico Fernando, para com nossa
UNIFAP e para com o Estado do Amapá. Estivemos, pari passu,
compartilhando os mesmos sentimentos em relação à nossa querida UNIFAP. Naquela
época, nossa universidade era embrionária e continha apenas nove cursos de
graduação, com espaços físicos que eram mínimos, mas por outro lado, como
ressalva muito bem, o Fernando professor com olhar de poeta: - em suas
paredes e seus pavilhões outrora cintilantes, decorados pelo material escuro
tanto tempo cobiçado... referindo-se às paredes que eram revestidas de
pedras de manganês, e que que representavam a grande riqueza econômica do
Amapá. Era uma época, na qual,
docentes e técnicos se irmanavam com orgulho, fixando um olhar no futuro, com o
grande objetivo de um dia entregarmos para as próximas gerações, uma grande
universidade, como a conhecemos na atualidade.
E é nessa hora, neste ano de 2024, quando
nosso tão propalado Fernando Canto, doutor, poeta, professor, cronista, músico,
escritor, compositor, instrumentista, presidente da Academia Amapaense de
Letras e, grande divulgador da cultura amapaense, se despediu deste plano na
última terça-feira, dia 29. Reconheço plenamente, que sua missão foi cumprida,
em particular, em nossa instituição de ensino superior, e em geral, no Estado
do Amapá como um todo. Não só isso...!! Este ciclo glorioso, ele fechou com
chave de ouro, com a publicação, no ano passado, do seu livro intitulado: Universidade
Equatorial: uma aventura acadêmica, e que acrescenta humildemente no
seu subtítulo, como: uma prestação de contas poética do Servidor
Público Federal. Aproveito aqui, e tiro o chapéu para o amigo Fernando, e é
por isso que eu sempre digo: Fernando está aqui, ali e acolá...! Salve FERNANDO,
que continuará em todo CANTO, desse vasto Amapá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário