Em toda minha vida, desde que completei
meus 18 anos e votei pela primeira vez, já havia decidido em qual lado eu
votaria, sou um daqueles que não se deixa levar por debates políticos, nenhum
debate mudará meu voto, não me deixo influenciar pelos debates
televisivos. Entendo que o debate é para
aquelas pessoas que estão indecisas. Aí, sim... nesse caso, o debate é de
fundamental importância. Portanto,
quando um político ganha um debate, não significa dizer que ele irá fazer uma
boa administração. Inicialmente, minha formação política começou num grupo de
teatro do interior da Paraíba. Ainda na década de 1970, conheci a arte
política, de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Mercedes
Sosa, Geraldo Vandré, entre tantos outros.
Já na universidade, em meio à luta
política dos estudantes em prol da liberdade de expressão, passei a entender
minha situação social, política e econômica. A universidade me revelou minha
situação enquanto classe social, o que em muito contribuiu com minha
compreensão dessa sociedade que se diz moderna. A conquista da universidade, me
custou muito caro, visto que tive que deixar o interior e me adaptar ao grande
mundo das grandes cidades. Numa difícil situação financeira, morei na casa do
estudante, e durante os cinco anos do curso de graduação, dependi
exclusivamente do restaurante universitário. Muitas vezes, pegava carona da
casa do estudante até a universidade e vice-versa. Mas foi na universidade que
conheci, Kal Marx, Maquiavel, Thomas Mórus, Bertold Brecht, Nietzsche,
Aristóteles, Platão, Sócrates, Epicuro, Imanuel Kant, Heidegger, Isaac Newton,
Schopenhauer, entre tantos outros cientistas e filósofos.
Como cientista, sou daqueles que, como
Sócrates, com dúvida de tudo, sempre esteve em busca de resposta para suas perguntas.
Não me deixo enganar por discursos competentes, de tantos e quantos candidatos
que se oferecem para resolver os problemas da sociedade, como acontece
geralmente, em período de eleições. O que se percebe, é que na época de
eleição, a grande maioria dos candidatos se apresentam com muitas resoluções
para pequenos e grandes problemas sociais. Refletindo esses casos, o que se vê
é uma repetição em mote continuo, de muitos problemas sociais, que há bastante
tempo, já deveriam estar resolvidos. E aí, sempre me pergunto, residindo há 30
anos em Macapá, por que nunca foi resolvido a questão do transporte urbano.
Vale salientar, que esta não é uma questão localizada, já que em muitas cidades
brasileiras, a precariedade do transporte urbano é um fato.
Infelizmente, na prática, é assim que acontece
em várias cidades brasileiras. A democracia muitas vezes se apresenta cheia de
contradições, por exemplo, para ser professor de uma universidade hoje, o
candidato necessita no mínimo possuir um curso de Mestrado, enquanto que para
ser político o que se exige apenas é que o candidato saiba assinar seu nome. Entre
todas as atitudes do homem o teatro está sempre presente, principalmente no
período de eleição quando candidatos procuram representar o que não são na
realidade, ou seja, vislumbram com a criação de seus personagens, conquistar os
eleitores. Sigamos em frente.