As atividades com teatro no Brasil têm
início com o padre José de Anchieta, o qual, é caracterizado historicamente
como símbolo, tendo em vista que na colonização e aculturação dos nativos, os
jesuítas utilizaram principalmente o teatro, como forma pedagógica para
catequizar os que aqui já habitavam. Embora o padre jesuíta fizesse parte de um
sistema que destruía tudo de novo e diferente do pensamento europeu, para
prevalecer a ordem a que pertencia, uma questão culturalmente positiva, foi a
utilização do teatro nesse período.
Como soldado fiel à catequese ele
conseguiu seus objetivos, encenando peças simples, com versos tupis de fácil
compreensão, conquistando assim, os indígenas. Nesses autos, Anchieta aproveita
a tendência natural dos silvícolas para a representação, música e dança. Em sua
dramaturgia ele renomeava as personagens de acordo com sua ideologia religiosa,
por exemplo, ao diabo ele determinava o nome de tribos inimigas. De qualquer
forma, ele era bem objetivo nas suas ações, embora em suas representações, se
utilizasse de linguagens simples para os povos da época, por outro lado, quando
se comunicava com Portugal, escrevia com melhor vocabulário aumentando o nível
da escrita.
No século XVII, a política brasileira era
omissa e com vários problemas. Nesse período também começaram a surgir crises
internas na Companhia de Jesus. Preocupado com a educação dos índios com
ideologia religiosa, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil, o que
fez com que padre Anchieta retornasse a Portugal. Embora discutível, essa ação
religiosa com os índios, a verdade é que o teatro foi um forte instrumento para
a catequização dos primeiros moradores dessas terras. A premissa dos jesuítas
era de que: um exemplo vale mais do que
um discurso. Ainda no século XVII, Manoel Botelho, um baiano de cultura
europeizada, se destaca por fazer um teatro profano com leve desenvolvimento
popular.
Já no século XVIII, surge Antônio José da
Silva ou Antônio José, o Judeu, que foi para Portugal aos oito anos de idade e
adquiriu formação portuguesa, ele destacou-se como um bom autor, a ponto de
suas peças serem aceitas em outros países. Alguns de seus textos: “Europa do
Século XVIII”, “Dom Quixote”, e “As Guerras do Alecrim e da Manjerona”. Nesse
período, começou a se desenvolver as Casas de Óperas. Em seus escritos sobre
teatro, padre Ventura, desenvolveu alguns trabalhos juntos aos mulatos.
Em função das questões políticas, se por
um lado ele teve que expulsar os jesuítas do Brasil, por outro lado, Marquês de
Pombal, demonstrou grande interesse com a produção teatral da época, e se
tornou um grande animador, visto que considerava a representação como um
veículo de formação do povo. Ele iniciou o reconhecimento dos artistas de
teatro, e criou algumas normas para reger atores e atrizes e profissionais da
área, quando criou a norma de que: “o ator não pode ser preso a caminho do
teatro”, por outro lado, no mesmo documento também constava que: “se o ator não
comparecer ao teatro para se apresentar para o público será preso”.
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