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segunda-feira, 21 de abril de 2025

TEATRO DOS JESUÍTAS

 


     As atividades com teatro no Brasil têm início com o padre José de Anchieta, o qual, é caracterizado historicamente como símbolo, tendo em vista que na colonização e aculturação dos nativos, os jesuítas utilizaram principalmente o teatro, como forma pedagógica para catequizar os que aqui já habitavam. Embora o padre jesuíta fizesse parte de um sistema que destruía tudo de novo e diferente do pensamento europeu, para prevalecer a ordem a que pertencia, uma questão culturalmente positiva, foi a utilização do teatro nesse período. 

     Como soldado fiel à catequese ele conseguiu seus objetivos, encenando peças simples, com versos tupis de fácil compreensão, conquistando assim, os indígenas. Nesses autos, Anchieta aproveita a tendência natural dos silvícolas para a representação, música e dança. Em sua dramaturgia ele renomeava as personagens de acordo com sua ideologia religiosa, por exemplo, ao diabo ele determinava o nome de tribos inimigas. De qualquer forma, ele era bem objetivo nas suas ações, embora em suas representações, se utilizasse de linguagens simples para os povos da época, por outro lado, quando se comunicava com Portugal, escrevia com melhor vocabulário aumentando o nível da escrita.

     No século XVII, a política brasileira era omissa e com vários problemas. Nesse período também começaram a surgir crises internas na Companhia de Jesus. Preocupado com a educação dos índios com ideologia religiosa, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil, o que fez com que padre Anchieta retornasse a Portugal. Embora discutível, essa ação religiosa com os índios, a verdade é que o teatro foi um forte instrumento para a catequização dos primeiros moradores dessas terras. A premissa dos jesuítas era de que: um exemplo vale mais do que um discurso. Ainda no século XVII, Manoel Botelho, um baiano de cultura europeizada, se destaca por fazer um teatro profano com leve desenvolvimento popular.

     Já no século XVIII, surge Antônio José da Silva ou Antônio José, o Judeu, que foi para Portugal aos oito anos de idade e adquiriu formação portuguesa, ele destacou-se como um bom autor, a ponto de suas peças serem aceitas em outros países. Alguns de seus textos: “Europa do Século XVIII”, “Dom Quixote”, e “As Guerras do Alecrim e da Manjerona”. Nesse período, começou a se desenvolver as Casas de Óperas. Em seus escritos sobre teatro, padre Ventura, desenvolveu alguns trabalhos juntos aos mulatos.

     Em função das questões políticas, se por um lado ele teve que expulsar os jesuítas do Brasil, por outro lado, Marquês de Pombal, demonstrou grande interesse com a produção teatral da época, e se tornou um grande animador, visto que considerava a representação como um veículo de formação do povo. Ele iniciou o reconhecimento dos artistas de teatro, e criou algumas normas para reger atores e atrizes e profissionais da área, quando criou a norma de que: “o ator não pode ser preso a caminho do teatro”, por outro lado, no mesmo documento também constava que: “se o ator não comparecer ao teatro para se apresentar para o público será preso”.

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