Há praticamente, 29 anos que venho
clamando por um teatro de bolso na cidade de Macapá, sobre esse tema, já
escrevi vários artigos ao longo dessas três décadas. Soube da notícia de que
existe um projeto de construção de um teatro, o qual será situado na
convergência da Avenida FAB e Rua Cândido Mendes, no centro da cidade. Em
relação a esse tema, primeiramente gostaria de sugerir aos agentes públicos da
Prefeitura Municipal de Macapá, a construção de um teatro de bolso.
Chamamos de teatro do bolso, pequenos
edifícios teatrais com plateia que gira em torno de 80 a 120 lugares. Na
realidade, uma das hipóteses para um novo impulso no teatro em Macapá gira em
torno de, por um lado a construção de pelo menos um teatro de bolso com
aproximadamente 120 lugares na plateia, e por outro lado, uma política cultural
de administração desse espaço, que propicie o acesso aos mais diversificados
grupos que trabalham com artes cênicas em nossa cidade. Uma política cultural
que motive também a criação de novos grupos de teatro, principalmente nas
escolas da rede estadual e municipal de ensino, visto que é principalmente na
escola que surge o novo cidadão.
Tais encaminhamentos viriam a dar cara
nova às artes cênicas em nosso município, cativando os jovens, criando uma nova
mentalidade e contribuindo para o desenvolvimento sócio cultural de nossa
sociedade. Sem esquecer, que os órgãos de cultura em nível federal, estadual e
municipal, deveriam contribuir com projetos voltados para o desenvolvimento das
artes cênicas como um todo, em nosso Estado.
Os espaços alternativos que já existem em
nossa capital não suprem a necessidade dos nossos grupos de teatro. Por outro
lado, apesar de estar inativo, o Teatro das Bacabeiras é um espaço para eventos
profissionais ou para grupos, que, como o Língua de Trapo, com seu espetáculo Bar Caboclo, já conquistou um público
efetivo, e até hoje é considerado o único espetáculo local que consegue lotar
aquele edifício teatral, com capacidade para aproximadamente 710 pessoas
sentadas.
Um exemplo efetivo a essas questões
resume-se na utilização do porão do Teatro das Bacabeiras, quando vários grupos
já fizeram uso daquele espaço, como foi o caso do espetáculo Esperando Godot, nos primeiros anos do
século XXI, com montagem da Companhia Supernova. Ao se falar em teatro de
bolso, é importante registrar que, pelo seu espaço ser consideravelmente menor,
diminui em muito as despesas em geral, como: limpeza e material de limpeza, com
pessoal qualificado para administrar o edifício, com ar condicionado e
iluminação, tendo em vista que com apenas uma lâmpada, um grupo pode ensaiar
seus números e preparar seu espetáculo, o que muito reduz os custos financeiros
e a manutenção do referido prédio, em si. Por outro lado, com quatro centrais
de ar resolve-se a temperatura na plateia, com metade do público basta ligar
apenas duas centrais, espaço lotado, passa a funcionar as quatro centrais. Além
disso, uma plateia de 120 lugares, faz aglomerar ainda mais o público presente,
dando um ar de participação mais ativa ao espetáculo.
É evidente que com o passar do tempo,
administradores e agentes públicos, percebam essa necessidade de engrandecimento
de nossa cultura. Portanto, observa-se que na atualidade, há uma luz no fim do
túnel, visto que temos conhecimento da possível construção desse Teatro
Municipal. Que seja bem-vinda esta notícia, e que realmente seja concretizada
pela Prefeitura Municipal de Macapá. Evoé! Que Dioniso nos permita a construção
desse edifício teatral!