Sexta-feira, dia 30 de maio, no
Departamento de Letras e Artes da Universidade Federal do Amapá, aconteceu a
inauguração da escultura tridimensional, “Oporã”, cujo artista, J. Márcio, já é
personalidade deveras conhecida na cidade de Macapá, tendo em vista que o
mesmo, assinou a obra que se encontra na Praça Povos do Meio do Mundo, um
espaço público dedicado aos povos originários do Amapá. J. Márcio também é
autor da obra “Mulheres do Igarapé”, cujas esculturas localizam-se na Praça Jaci
Barata Jucá, e eternizam a história das lavadeiras do Igarapé das Mulheres, no
atual bairro Perpétuo Socorro.
A placa da obra Oporã, foi descerrada às
17:00 horas, com depoimento do próprio artista, como também de vários
professores. A referida obra, inaugura um momento peculiar na história do Curso
de Artes Visuais, do Departamento de Letras e Artes, como também da própria UNIFAP.
J. Márcio é egresso do Curso de Artes Visuais, desenhista, artista visual, pintor,
artista plástico, cartunista, caricaturista e professor de artes visuais do
Centro Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari. Em 2011, publiquei
minha terceira obra infantil, intitulada “A Ovelha Malhada”, cujas ilustrações
foram de J. Márcio. Naquela época, ele já era licenciado em Artes Visuais e já
demonstrava o que tinha de melhor na sua arte para oferecer à comunidade
amapaense.
Em tupi-guarani, “Oporã, ” significa
bonito ou belo, sendo uma palavra muito usada no português do Brasil, assim como
“oporã, “porã” também é usada para indicar beleza, por exemplo, o nome “Ponta Porã,
” significa ponta bonita, em tupi-guarani. Esta produção do escultor J. Márcio,
volta suas lentes para as questões contemporâneas, revelando uma quebra de
paradigmas no que concerne ao processo da inclusão social, tema tão necessário
a ser abordado na atualidade.
A obra em si, já se revelou como o totem
institucional do Departamento de Letras e Artes da UNIFAP, determinando a
indicação física e estética do próprio departamento. Oporã, de J. Márcio,
assemelha-se a um pequeno obelisco, com relevos e sulcos que parecem rios, os
quais, testemunham a monumental bacia amazônica, com seus furos, suas matas e
suas infinitas ilhas, ensejando uma osmose nesse entrelaçar de amor eterno
entre as águas fluviais e o continente. Nessa obra, J. Márcio conseguiu criar
uma composição harmônica, a partir de materiais completamente distintos, por um
lado, o concreto armado, e por outro, materiais metálicos e derivados do ferro,
gerando uma leveza unificada na composição da obra.
A constituição da imagem nos passa ainda,
um caboclo remando seu barco sobre águas revoltas, mas com bastante domínio e
equilíbrio, como se fosse fácil dominar um pequeno barco frente a fúria da pororoca.
De outra forma, também lembra a barca sagrada dos deuses egípcios Ísis e Osíris,
ícone crucial que representava o transporte dos deuses e a ligação entre o céu
e a terra. Nos remete similarmente, à deusa grega Ártemis, deusa da caça, da
vida selvagem, da lua, do parto e protetora das mulheres, à qual, com sua
virilidade, vivia armada com seu arco e flecha para atacar o instável e
impetuoso inimigo. O evento contou com a
presença do Prof. Dr. Marcos Paulo Torres Pereira (Diretor do DEPLA); Prof. Dr.
Joaquim Cesar da Veiga (Coordenador do Curso de Artes Visuais); Prof. Dr.
Rostan Martins (Coordenador Artístico) e o autor da obra J. Márcio.
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