domingo, 27 de outubro de 2024

FUNCIONÁRIO PÚBLICO

 


     Amanhã será o dia do Servidor Público, esta data homenageia àqueles que se dedicam exclusivamente a atender ao público, foi criada na Era Vargas. O serviço público começou a ser regulamentado e foi posto em funcionamento por meio do decreto-lei nº 1.713, de 28 de outubro de 1939. Em seguida o Presidente Getúlio Vargas decidiu criar uma data para comemorar o dia do funcionalismo público, e foi assim que surgiu o dia do Servidor Público. A criação dessa data foi determinada pelo decreto-lei nº 5.936, em 28 de outubro de 1943. Em artigo único, seu texto determina que: “O dia 28 de outubro será consagrado, em todo o País, ao “Servidor Público”. Interessante é que esta data, apesar de sua importância, não é considerada um feriado nacional, porém é tida como ponto facultativo, quando a União, os estados e municípios todos os anos, sempre a comemoram. 

     Em muitos casos, quem está fora do serviço público, não entende plenamente como ele funciona. Por outro lado, geralmente há um olhar diferente em relação ao serviço público, no que diz respeito, de como o servidor deve exercer suas funções. Em várias repartições públicas percebe-se aqueles mais dedicados que outros, visto que cada um traz dentro de suas perspectivas de vida, seus sonhos e seus ideais. Com 38 anos de serviço público dá para perceber esse pensamento, quando da entrada de novos servidores, que trazem perspectivas deturpadas do seu métier na amplitude pública. Em sua grande maioria, novos servidores públicos almejam tirar proveito do serviço público, ideia que não combina com os preceitos e com as leis destinadas voltadas para esse tipo de serviço.

     Ao pensar em se candidatar à um concurso público, o futuro servidor, precisa se inteirar de que ninguém faz o que quer e o que pensa nessa área profissional, visto que há regimentos, códigos de ética, resoluções, leis superiores, entre outros tantos documentos que regem este setor, os quais, consequentemente determinam o compromisso, os deveres e direitos dos funcionários públicos. Ou seja, há uma infinidade de leis que regem a vida profissional daquela pessoa que deveria servir e respeitar o público em geral. Se por um lado, em função de sua total dedicação às suas atividades laborais, o servidor pode receber uma Portaria de Elogio, por outro, em função de realizar algo, como por exemplo, macular o nome da instituição, ele também poderá responder a um Processo Administrativo Disciplinar, receber uma Portaria de Advertência e, até ser demitido da instituição pública.

     A própria sociedade em geral, parece que a todo custo, observa o serviço público como algo que não funciona, como uma grande máquina desgastada. Isto não deve ser generalizado, visto que muitas áreas do serviço público no Brasil, já demonstraram resultados excelentes para a população. E, muitas vezes, o setor que mais sofre com essas Fake News, é a própria Universidade e a educação em geral. A educação precisa ser vista como um dos pilares da sociedade, visto que um país sem cientistas é um país sem progresso. Os países mais ricos fomentam e investem pesado em pesquisa, em busca de um futuro melhor, e que também gere renda para o próprio país. É certo que as instituições públicas, sejam elas em nível federal, estadual ou municipal, e inclusive, o servidor público, fazem parte deste grande suporte para o crescimento da sociedade brasileira. Viva o Funcionário Público.

 

terça-feira, 22 de outubro de 2024

CURSO DE TEATRO - 10 ANOS

 

                                                    

     Em 1994, quando aqui cheguei para realizar prova de concurso público para professor do Magistério Superior, trouxe comigo uma missão: a de implantar o Curso de Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Amapá. Ao longo das últimas três décadas muitos foram os eixos que nortearam a reflexão da formação docente na área do teatro. Porém, atualmente o que centraliza os entendimentos é a qualificação em nível de ensino superior que perpassa pela emergente necessidade de ampliar a discussão acerca das reflexões e possibilidades didáticas e pedagógicas que o espaço acadêmico provoca na contemporaneidade e as circunstâncias e convergências reflexivas, sensorial e estética que abriga a linguagem teatral, sobretudo na promoção e formação dos sujeitos de modo geral.

     Já em 02 de janeiro de 1995, após minha posse como professor efetivo da disciplina de Teatro, do antigo Curso de Licenciatura em Educação Artística, minha primeira atitude foi ministrar uma oficina de teatro de 40 horas para acadêmicos dos cursos de Educação Artística e Letras, respectivamente. Nesse mesmo ano, comecei a elaborar o primeiro Projeto Político Pedagógico do que seria o futuro Curso de Teatro do Amapá. Em função da criação de uma comissão para implantação de novos cursos, em 1996, protocolei o primeiro projeto de implantação do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIFAP. No entanto, naquela ocasião, não houve reconhecimento daquela comissão para a implantação do referido curso.

     O segundo projeto de implantação do Curso de Teatro da UNIFAP, foi protocolado no ano de 2001, entretanto, mais uma vez, também não houve prosseguimento do processo, muito menos, uma perspectiva de aprovação do mesmo. Nove anos passados, ou seja, em 2010, fui convidado pelo professor Dr. João Batista de Oliveira, que na época era o Diretor do Departamento de Letras e Artes. Naquela ocasião, o Prof. João Batista, me solicitou para retomar o projeto de implantação do Curso de Teatro. Resolvi, em última instância, recuperar o projeto, iniciando o novo encaminhamento de estudos das possibilidades para elaboração do novo Plano Político Pedagógico do referido curso.

     Algumas questões fundamentais me fizeram continuar tal labor, tendo em vista que no turno da manhã havia várias salas vazias naquele Departamento, levando-se em conta que, desta vez tivemos o total apoio da administração da Universidade, cujo Reitor era o professor Dr. José Carlos Tavares Carvalho, estando na Pró-Reitoria de Graduação a Profa. Dra. Adelma das Neves Nunes Barros Mendes, cujos professores, foram personalidades determinantes para o sucesso da implantação do curso. Outro fator preponderante, foi a publicação, em 2013, da obra: Curso de Teatro no Amapá: Concepções e Proposições para o Ensino Superior, de minha autoria. Fato é que distribui exemplares em todas as instâncias da instituição.  

 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

SUBLIME DOCENTE

 

 

     Próxima terça-feira comemora-se o dia do professor, em função disso, faço aqui um relato da minha trajetória de 42 anos dedicados à educação desse país. Comecei a lecionar por uma necessidade econômica; o ano era 1982, já estava cursando a graduação em Educação Artística na Universidade Federal da Paraíba. Eu acabara de sair de um emprego de escriturário na famosa transportadora Dom Vital. Foi o momento em que tive que morar na casa universitária masculina, como também, sair em busca de uma escola para ministrar aulas de Educação Artística. Passei dois anos lecionando no Instituto Sólon de Lucena, na cidade de João Pessoa. Apesar de não ter tido garantido meus direitos trabalhistas, foi um momento de muita dedicação e aprendizagem.

     Em 1984, já numa escola mais organizada, pela primeira vez, tive minha carteira assinada como professor de artes, ao trabalhar no Colégio João Paulo II, também um estabelecimento da rede privada. Com a oportunidade de me dedicar aos afazeres da universidade, eu precisava pagar meu vale transporte como também as bandejas no restaurante universitário, e por isso, tive que dividir minha vida, entre a universidade e o trabalho. Tendo iniciado em 1980, e, levando-se em consideração o atraso que houve no desenvolvimento do meu curso de graduação, só tive condições de finalizá-lo no período de cinco anos. Neste caso, o ano de 1985, foi o grande momento da conclusão do curso e da minha colação de grau. E assim, conclui o Curso de Licenciatura em Educação Artística, com habilitação em Artes Cênicas.

     Como professor, os primeiros seis anos do início da minha carreira, vivenciei na escola da rede privada de ensino. Por isso, trabalhei como professor na rede particular, de 1982 a 1988. Muito me dediquei para estudar para concursos públicos na minha área, assim sendo, em 1986, fui aprovado em segundo lugar num concurso para professor da Prefeitura Municipal de João Pessoa, sendo que, tomei posse em dezembro de 1987. Ainda neste finalzinho do ano tive a honra de ser selecionado para cursar o Mestrado em Serviço Social, ainda na UFPB. De outra parte, me inscrevi em outro concurso público, desta vez, do Governo do Estado da Paraíba, o qual, também fui aprovado em segundo lugar.  

     Naquele período da minha vida, entre o final do ano de 1987, e início de 1988, realmente, eu tive um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, tendo em vista que, em função das minhas conquistas, tive que deixar o ensino privado e passar para o ensino público, assumindo aulas na rede municipal e rede estadual de ensino, além de ingressar como aluno efetivo do Curso de Mestrado em Serviço Social. Nessa época, minha vida deu um giro de 360º, e, pensando no meu futuro, tive que dar conta de todos esses afazeres.

      Em 1993, me submeti a mais um concurso para trabalhar no Núcleo Pedagógico Integrado – NPI, da Universidade Federal do Pará. Portanto, outro momento semelhante também veio a acontecer no ano de 1994, quando noutro giro de 360º, fui aprovado em primeiro lugar, sendo que desta vez, em fevereiro de 1994, assumi minha vaga na UFPA. Foi o momento de deixar a velha Paraíba e me instalar em Belém do Pará. Não satisfeito com minha estada no Pará, resolvi me submeter a mais um concurso, desta vez, em setembro de 1994, na recém-fundada Universidade Federal do Amapá (à qual se tornou minha casa preferida), quando também obtive o primeiro lugar. Instituição onde permaneço há 30 anos, sendo que, o mais significante de todo o meu trabalho, aqui no Estado do Amapá, foi a implantação do Curso de Licenciatura em Teatro. Escolhi acertadamente a carreira do magistério. Ser docente é ser sublime.   

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

SAGA DO HERÓI

 

 

     Basicamente, se olharmos para todo herói, iremos perceber que há muita coisa de semelhante, principalmente no que diz respeito à sua trajetória, à sua história; visto que todos eles seguem o mesmo enredo, o mesmo caminho ou a mesma saga. Quem já assistiu um filme de western ou bang-bang, sabe disso! Inicia-se quando, geralmente, nasce numa família muito humilde. Possui força sobre-humana precoce; e de acordo com seu desenvolvimento, consegue rápida ascensão ao poder, além de muita notoriedade. Torna-se defensor da justiça e cheio de virtudes, e na sua trajetória final, ou morre ou se torna herói reconhecido pelo seu povo.

     O herói geralmente, sai do seu mundo comum, passa por um mundo diferente e desconhecido, e retorna ao seu mundo comum, como verdadeiro herói. Como isso acontece? Vejamos: primeiramente há um chamado para a aventura, uma mensagem ou um convite de alguém, na verdade um desafio que ele deverá aceitar, ou não. Aqui, ele ainda está em seu mundo cotidiano. Para sua difícil decisão, sai em busca de alguém mais sábio, um oráculo, talvez! Em busca de conselhos e ajuda. Em função de sua decisão, segue seu rumo, cruzando o portal do seu mundo normal, seguro e tranquilo, e adentrando num mundo especial, desconhecido e cheio de provações e aventuras.

     Já no mundo completamente misterioso, o herói terá que passar por testes e provações; e este é o momento em que muitas situações adversas possivelmente irão acontecer, como, por exemplo, escapar de uma armadilha, descobrir o enigma e matar um monstro. Lembremos da saga de Ulisses no seu retorno à Ítaca; em Édipo Rei, quando mata a esfinge, ou ainda os 12 trabalhos de Hércules. E aí, chega a hora de encarar a maior provação, que se torna o maior temor do herói, mas que inevitavelmente ele terá que enfrentar tais situações. Este é o mais difícil momento do herói, tendo em vista, que ele, enfrentará a morte, e poderá matar o monstro ou até mesmo morrer.

     Ao vencer todas as suas provações, com certeza, o herói exige um prêmio, uma recompensa, algum tesouro, ou poder, como aconteceu com Édipo, que se tornou rei de Tebas. No desfecho de sua caminhada, o povo se curva respeitosamente diante do herói e o transforma em rei ou pessoa importante. Portanto, há várias formas de se decidir o desfecho final. Então, chega o momento do herói sair do seu mundo especial, e retornar ao seu mundo normal, já como herói reconhecido. Acontece que, depois de toda essa aventura, ele retorna a seu mundo normal, rejuvenescido e com uma nova vida. Foi preciso todo esse desenlace para que o mesmo se tornasse um herói. Seu gesto, sua decisão e sua atitude o transformaram em herói. 

     Em função de que todas as tramas foram resolvidas, o herói volta ao seu mundo cotidiano, mas com um nível mais elevado, já não é mais o mesmo, deixando de ser algo comum, para ser um herói. Isso também acontece com o personagem Flick, herói do filme “Vida de Inseto”, Édipo, na peça “Édipo Rei”, de Sófocles, como também fica muito claro no personagem “Ulisses” da “Odisseia”, e ainda, vamos encontrar esses heróis em muitos filmes populares. Os candidatos eleitos serão os heróis do dia.