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sexta-feira, 26 de julho de 2013

DANIEL DE ROCHA E O TEATRO NO AMAPÁ



     Daniel de Rocha como é conhecido no meio artístico, nasceu no ano de 1962 em Salvador – Bahia. É filho de Leonildo Alves da Silva e Crispina Rocha da Silva. Possui ensino médio completo. Sua formação artística começa ainda na Bahia onde participou de uma infinidade de cursos livres de teatro. Especializou-se na área participando de vários cursos técnicos em outros Estados da Federação como, Goiás, Rondônia e Amapá. Apesar de ser soteropolitano reside em nossa cidade há mais de vinte anos e por este fato, já se diz amapaense de coração.
     Viveu boa parte de sua vida em meio à efervescência cultural que há em sua terra natal. Mas foi na escola que começou a perceber a arte de perto, foi lá onde começou a militar nos movimentos culturais. Já com veio artístico da poesia e da música, quando conheceu o teatro, jamais o abandonou. Em entrevista a este colunista explica que: “Quando assisti a uma peça de teatro infantil eu descobri que era exatamente aquilo que eu queria para a minha vida e para o resto da vida”.
     Em função de ter nascido na década de sessenta do século XX, viveu no auge da ditadura militar em sua adolescência e juventude. Nessa época não se tinha o direito de expressão, dessa forma Daniel de Rocha encontrou no teatro a mais natural forma de se expressar e ocupar um espaço na sociedade. O teatro passou então a ser um refúgio, acreditando que só através desta arte o ser humano poderia ser livre.
     Em suas pesquisas artísticas percebeu que o Estado do Amapá é um dos que mais ocorre o risco da pandemia da AIDS. Foi esse um dos principais temas que o motivou a criar textos e montar espetáculos voltados para essa questão social. Principalmente doenças transmissíveis como AIDS, por exemplo, fazem parte do rol dos temas que vem utilizando ultimamente sem suas montagens. Nessa linha de trabalho, já encenou vários espetáculos e participou de festivais. Fundou o Grupo Teatral Marco Zero, com o qual busca fazer teatro de cunho social, com o objetivo de discutir uma melhor qualidade de vida para o ser humano.

     “Virgem do Ninho Real” que tem como ponto de partida a Commedia D’ell Arte e enfoca o problema social gerado pela AIDS é um dos trabalhos mais significativos do grupo. Com este espetáculo realizou turnê por todos os municípios do Amapá com apoio da UNESCO. Daniel de Rocha é um dos únicos artistas de teatro que aqui no Amapá sobrevive estritamente de sua arte. Daniel se considera um artista profissional e afirma que: “hoje o artista de teatro já tem crédito em algumas lojas, não se envergonha mais de dizer que é ator”. Por sua persistência construiu um pequeno teatro na sua própria casa no Bairro do Perpétuo Socorro onde funciona também o Ponto de Cultura Estaleiro Cultural.

domingo, 21 de julho de 2013

CURSO DE TEATRO NO AMAPÁ - Concepções e Proposições para o Ensino Superior




     O Prof. Dr. Romualdo Rodrigues Palhano lançou a obra de sua autoria “Curso de Teatro no Amapá: Concepções e Proposições para o Ensino Superior” que enfoca sua labuta durante duas décadas na tentativa de implantação de um Curso Superior de Teatro no Estado do Amapá. Este livro complementará “Artes Cênicas no Amapá – Teoria, Textos e Palcos” que foi lançado em 2011 pelo próprio autor.
     Em “Curso de Teatro no Amapá” o autor revela aspectos da necessidade social da implantação do Curso de Licenciatura em nosso Estado. A obra é fruto de estudos voltados para a elaboração do “Plano Político Pedagógico do Curso de Licenciatura em Teatro” da Universidade Federal do Amapá. Neste sentido, além de buscar concretizar um curso acadêmico no espaço universitário apresenta para o público em geral as ideias gestadas naquele momento compondo uma das maiores experiências de um escritor, professor e pesquisador que é a aspiração de dialogar com todos que se aproximam das questões teatrais do Estado do Amapá.
     A descrição do texto propõe e visa experimentar concepções pedagógicas, filosóficas, conceituais e teóricas para a criação e efetivação do Curso de Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Amapá. A disposição estruturante partiu de desafios compreendidos e advindos das transformações sociais contemporâneas e que, portanto vislumbram outras reflexões, ações, concepções e ordenamentos para a qualificação de futuros professores. Prof. Carlos Cartaxo, Doutor pela Universidade de Barcelona e Chefe do Departamento de Artes Cênicas da UFPB, que prefaciou o livro faz um breve resumo:
     “Na obra de Palhano encontro o pensamento de um profissional que discorre sobre um todo na dimensão cultural do Amapá. Ele relaciona teatro com produção cultural, com mercado de trabalho e a própria história das artes cênicas do universo pesquisado. No cômputo da sua argumentação, defende a tese notória de que é através da Licenciatura em Teatro ofertada pela Universidade Federal do Amapá que estará sendo formado um cabedal de profissionais qualificados para determinar com eficiência a continuação da história das artes cênicas naquela importante região do país.”
     "Diante desse contexto, o livro “Curso de Teatro no Amapá: Concepções e Proposições para o Ensino Superior”, do Prof. Dr. Romualdo Palhano, demonstra um árduo e profícuo trabalho no sentido de colocaro Estado do Amapá no mapa nacional e internacional do ensino, pesquisa e extensão na área teatral."
     "Para corroborar essa assertiva, ratifico o citado argumentando que um curso de teatro, em nível de licenciatura, trás riquezas de conhecimento para alunos em todos os níveis educacionais, do básico à pós-graduação: propicia a formação de plateia e de cidadãos cultos e críticos. Professor licenciado em teatro, diferente do que muitos pensam não forma atores, muito menos são animadores culturais de festas comemorativas. Sua ação é pedagógica porque o teatro, enquanto expressão artística é recurso pedagógico com conteúdo, é um caminho para a formação do cidadão através da arte."
     O lançamento da obra “Curso de Teatro no Amapá; Concepções e Proposições para o Ensino Superior” ocorreu sábado, 20 de julho de 2013 no auditório do Departamento de Letras e Artes da Universidade Federal do Amapá, dentro da programação do “I CICLO CIENTÍFICO DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTES VISUAIS – PARFOR.” Tem o apoio do “Grupo de Pesquisa em Artes Cênicas” e “Núcleo Amazônico de Estudos das Artes Cênicas”.


SOBRE O AUTOR

     Romualdo Rodrigues Palhano é graduado em Licenciatura Plena em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas, pela Universidade Federal da Paraíba. Instituição onde também concluiu Mestrado em Serviço Social, sendo seu objeto de investigação o Teatro Comunitário. Residiu por dois anos em Havana – Cuba, onde iniciou seu doutorado. É Doutor em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. É Pós-Doutor em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba. Reside atualmente em Macapá onde é Professor Associado II da UNIFAP - Universidade Federal do Amapá.
     O autor já publicou as seguintes obras: “Grito Incontido” poesias, 1988; “A Estrela e a Rã” (infantil) 1998; “Brincando com Linhas” (infantl), 2001; “Teatro de Bonecos: uma alternativa para o ensino fundamental na Amazônia, 2001; “Entre Terra e Mar: sociogênese e caminhos do teatro na Paraíba – 1822 – 1905”, 2009; “A Saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental da Cabedelo”, 2009; “Fronteiras Entre o Palco e a Tela – Teatro na Paraíba – 1900 – 1916”, 2010;“Entre Parénthesis – poesias” também em 2010. Em 2011 o autor publicou as seguintes obras: “O Teatro na Terra de Zé da Luz – Da União Dramática ao GETI”, “A Ovellha malhada (infantil) e Artes Cênicas no Amapá. Em 2012 lançou: “Eu e a Rainha do Vale – De Menino a Rapazinho”; “O Pato e o Lago” e “Entre Pai & Filhos”. Além de “Curso de Teatro no Amapá – Concepções e Proposições para o Ensino Superior”. Ainda este ano de 2013 o autor fará lançamento das seguintes obras: “Pablito e a Libélula”; “Teatro no Amapá: Artistas e Seu Tempo e “Arque com Arte: Cultura, Arte e Educação no Estado do Amapá”.


terça-feira, 9 de julho de 2013

CARLOS LIMA E O TEATRO NO AMAPÁ


     Carlos Alberto Silva Lima é professor de Artes, dramaturgo, ator, diretor de teatro e administrador. É graduado em Educação Artística pela Universidade Federal do Amapá. Desde a década de 1980 que vem se dedicando ao teatro no Amapá, tendo por base seu trabalho que iniciou na cidade de Santana, da qual é residente.
     Em função de sua dedicação à arte, foi convidado para dirigir por um período o Teatro das Bacabeiras em Macapá quando na ocasião desenvolveu vários projetos: “Cine ao Meio Dia” onde com entrada franca, pessoas do comércio aproveitavam sua hora do almoço para apreciarem numa das salas do teatro, os mais diversificados filmes; Projeto “Seis e Meia” que aconteciaás quartas feiras; “Projeto Escadaria 2007” que acontecia uma vez ao mês, com várias atividades culturais, mais precisamente no dia de lua cheia; e “Projeto Café da Manhã” que acontecia sempre às segundas feiras, onde além do café se discutia as futuras atividades e pautas do teatro.
     Nasceu na cidade de Serra do Navio e foi lá que, ainda criança começou a participar na escola da ICOMI em dramatizações no âmbito da própria escola. Também participava do “canto coral”. Seu primeiro personagem foi uma mesa, como ele próprio descreve em entrevista concedida a este colunista: Quando eu comecei a fazer teatro, fui uma mesa e jogavam só uma toalha em cima de mim e o ator ficava sentado na mesa. Eu não podia fazer nada, Aí! Eu ficava pensando: - Poxa! É muita humilhação para um ator.
     De Serra de Navio mudou-se para a cidade de Belém do Pará onde obteve experiências na área do teatro com o professor e diretor Cláudio Barradas. Em Belém fez curso de teatro na Escola Técnica do Pará. O teatro é algo constante na vida de Carlos Lima. Este ator é tão apaixonado pelo teatro quando afirma: Eu brinco de teatro 24 horas por dia, vou para o restaurante com teatro porque sem arte não consigo viver.
     Em 1980 retornou ao Estado do Amapá para fixar residência, instalando-se dessa vez na cidade de Santana onde deu continuidade ao trabalho no teatro na Igreja Nossa Senhora de Fátima juntamente com João Porfírio (popó) entre outras atrizes como: Fátima Trindade, Roberto Prata e Sílvio Romero. Em Macapá conheceu a professora Nazaré Trindade que era atriz reconhecida no Amapá, com quem muito aprendeu sobre teatro.
     Além de se dedicar ao palco propriamente dito, Carlinhos como é conhecido pelos mais íntimos, quando ainda era aluno da Escola Augusto Antunes, resolveu enveredar pela linha dramatúrgica e foi nos bancos escolares que escreveu “A Raposa Espertalhona”, seu primeiro texto teatral que tinha como personagem principal uma raposa. “Seu Portuga e a Língua Portuguesa”