Contatos

palhanojp@gmail.com - palhano@unifap.br

quinta-feira, 23 de maio de 2013

FERNANDO CANTO E O TEATRO NO AMAPÁ


     Fernando Pimentel Canto nasceu em Óbidos no Pará, mas em função de ter vindo ainda jovem para o Amapá, já se considera cidadão amapaense. Portanto, deve-se salientar sua grande contribuição como ator, músico, compositor, sociólogo e escritor para a cultura deste Estado. Na década de 1970 do século XX começou a participar de movimentos setoriais ligados à igreja católica, principalmente na paróquia de São Benedito, no Laguinho e na paróquia Jesus de Nazaré fazia parte do grêmio. Mas seu trabalho com teatro mesmo, teve início com o Grupo Telhado, que surgiu em função do resultado de encontros de jovens na igreja São Benedito.
     De ator passou a rádio ator na rádio educadora São José de Macapá num programa que era liderado pelo então jornalista Hélio Penafort. Na programação havia espaço dedicado à rádio novela. Mas foi com a chegada do diretor de teatro Paulo Mendes que a partir de suas experiências com teatro, deu início à montagem de uma peça baseada em aspectos religiosos ligados à semana santa. Essa peça era ensaiada no próprio palco da emissora.
     Iniciando no teatro e compondo músicas para diversas montagens, Fernando Canto seguiu seu rumo como ator e músico na década de 1970. Posteriormente abandonaria o teatro para se dedicar especialmente à música e literatura. O que desembocou com a criação do “Grupo Pilão” que gravou muito de suas composições. Seu amigo Bi Trindade seguiu este mesmo caminho, iniciando no teatro e seguindo na música juntamente com o “Grupo Pilão”.
     Paulo Mendes querendo aprofundar seus trabalhos resolveu dirigir “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto. Esse texto enfocava temas do cotidiano como a falta de liberdade já que o Brasil estava sendo governado por militares. Este foi um dos trabalhos mais importantes que Fernando Canto atuou como ator. Principalmente por se tratar do período do governo militar. Esse espetáculo de cunho social foi apresentado no palco do Cine Teatro Territorial.

Em entrevista concedida a este autor é o próprio Fernando Canto que nos fala da referida peça: “O fato de termos produzido a peça “Morte e Vida Severina”, que é um clássico nacional e que tem conotação, social e política muito forte é a questão do Nordeste que trazíamos para o palco, e tinha fama de peça comunista. Naquela época, era difundida como algo que não prestava; éramos perseguidos em função disso.” Ressalte-se que além de atuar como ator ele também acompanhava com violão e ao vivo as músicas da peça. 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

CLÁUDIO LOBATO E O TEATRO NO AMAPÁ




     Claudelino Palheta Lobato é conhecido artisticamente como Cláudio Lobato. Foi ator reconhecido e muito atuante no teatro no Estado do Amapá, principalmente durante a década de 1970 do século XX, quando participou ativamente do Grupo de Teatro Telhado. Nesse período muitas oficinas de teatro eram ministradas por pessoas como: Professora Creuza Bordalo; Padre Mimo como também o Coronel Ribeiro que era Presidente do MOBRAL.
     Saiu da ilha de Brigue no Arquipélago do Bailique, situado no delta do Amazonas e veio residir na cidade de Macapá no ano de 1956. Nesse período, aos seis anos de idade, quando ainda criança, já declamava poesias no jardim da infância e participava de muitas dramatizações na escola, principalmente no que se refere às programações escolares em comemoração ao “Dia das Mães”; “Dia do Natal”; “Dia dos Pais” e outras datas comemorativas.
     Assim, desde 1956, ultrapassou décadas se dedicando ao teatro em nosso Estado. Foram quatro décadas de intenso trabalho voltado para a arte e especialmente para o teatro regional. Seu trabalho apresentou ritmo intensivo basicamente nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980 do século XX, numa permanente relação artística com o teatro e com o ambiente amazônico. Costumeiramente apresentava suas peças teatrais nas escolas, nas paróquias e nas igrejas.
     Mas um dos momentos mais importantes de sua vida como ator e pessoa dedicada ao teatro foi sem dúvida quando ingressou no “Grupo de Teatro Telhado” que foi fundado a partir de encontro de jovens que participavam da Paróquia de São Benedito. Depois de alguns encontros voltados para montagem de peças de teatro, resolveram fundar o “Grupo de Teatro Telhado”. O próprio Cláudio Lobato afirma que: “Quando começamos ainda não era o “Grupo Telhado”, eram jovens da Paróquia de São Benedito, começamos a atuar mesmo em 1974 e fundamos o grupo.”
      Apesar do “Grupo Telhado” conquistar seu espaço e se tornar um dos grupos de teatro mais importantes da década de 70 do século XX no Estado do Amapá, outros grupos também faziam sua parte e contribuíam para o desenvolvimento do teatro no então Território Federal do Amapá, entre eles: “Grupo de Teatro do Colégio Amapaense” e “Grupo de Teatro do Santina Rioli”. As freiras eram quem dirigiam o Grupo de Teatro do Santina Rioli, às quais montavam peças de cunho religioso com temas do “Natal”; “Nascimento de Jesus Cristo” entre outros.
     Na década de 1970 praticamente não havia televisão em Macapá, a comunicação era realizada a partir de jornais impressos e da radiodifusão. O rádio-teatro também era muito freqüente, principalmente na Rádio Educadora e Rádio Difusora de Macapá. Zé Maria de Barros; Creuza Bordalo e Clodoaldo Nascimento foram reconhecidos rádio atores e radio atrizes que participavam também em rádio novelas.