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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PRÊMIO FUNARTE MYRIAM MUNIZ DE TEATRO




      Entre o período de 28 de outubro a 08 de novembro estive na cidade do Rio de Janeiro a convite da Fundação Nacional de Artes - FUNARTE para constituir a comissão de seleção do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012. Neste processo fui o único representante da região Norte.
     Esta é a terceira vez que sou convidado pela Funarte para participar como avaliador de seus prêmios. Em 2009 e 2010 participei da comissão de seleção do Prêmio Interações Estéticas em Pontos de Cultura e desta vez analisamos aproximadamente hum mil e seiscentos projetos de todo o território nacional juntamente com mais dez colegas de outros Estados da Federação.
     O Edital Myriam Muniz de Teatro/Funarte premiou 131 (cento e trinta e uma) iniciativas voltadas para a área do teatro em todo o Brasil. Contemplou projetos nas modalidades de Circulação, Montagem de Espetáculos e/ou Manutenção de Atividades Teatrais de grupos e Companhias.
     O objetivo do referido Edital é fomentar o desenvolvimento de atividades teatrais, incentivando criação e a circulação de espetáculos; além de contribuir para a manutenção de grupos e companhias. Os recursos para o desenvolvimento desta ação foram oriundos do Ministério da Cultura/Secretaria Executiva/Fundo Nacional da Cultura relacionado à Ação denominada Fomento e Promoção a Projetos em Arte e Cultura com aporte financeiro de 12.000.000,00 (doze milhões de reais).
     Para a região Norte na Categoria “A” foram 09 (nove) prêmios de 100.000,00 (cem mil reais) para circulação de espetáculos e na Categoria “B” 04 (quatro) prêmios de 50.000,00 (cinquenta mil reais) para Montagem de Espetáculos e/ou Manutenção de Atividades Teatrais de Grupos e Companhias.
     A Comissão de seleção seguiu os critérios exigidos no próprio Edital, sendo: a) excelência artística do projeto; b) qualificação dos profissionais envolvidos; c) viabilidade prática do projeto; d) planejamento/cronograma de execução do projeto; e) estratégia de comunicação, divulgação e formação de público; f) conformidade com os objetivos do edital; e g) relevância cultural do projeto.
    O Amapá conquistou um dos prêmios, com suporte para a montagem de “Um Véu para Dagmar”. Pesquisa que está sendo realizada por um grupo do Estado sobre o problema do escalpelamento.

domingo, 18 de novembro de 2012

MOVIMENTOS ARTÍSTICOS EM MACAPÁ




     Como tudo que existe na face da terra, os movimentos artísticos também têm seu ciclo vital, revelando a história do homem em várias culturas, longitudes e latitudes. Para se ter uma ideia, no início do século XX, período da “belle époque” tudo o que acontecia no Brasil em termo de arte vinha da França e principalmente da cidade luz, Paris.
     Nessa época pouco se sabia o que era o futebol que estava ainda embrionário. Os acontecimentos eram principalmente dentro dos prédios teatrais. Até a semana de arte moderna, no Brasil a arte vinha exclusivamente da Europa, culminando com vários movimentos artísticos como a Bossa Nova nos anos cinquenta; a tropicália e a Jovem Guarda nos anos sessenta em se falando de música.
    Analisando os últimos vinte anos, percebe-se a forte presença aqui em Macapá, do Grupo Pilão; já na década de 1990 surge o movimento de arte contemporânea encabeçado pelo “Grupo Urucum” que poderíamos afirmar ser a primeira tendência de fenômeno voltado para a arte contemporânea e visual em estilo de atitudes radicais e choque no Estado do Amapá. Antes disso, temos a presença das federações de teatro: Federação Amapaense de Teatro Amador – FATA e Federação Amapaense de Teatro – FATE.
     A partir do século XXI com as novas gerações, outros fenômenos passam a acontecer em nossa cidade e diversos movimentos começam a se espalhar pela área urbana como a criação da Federação de Dança do Amapá. Desde então, começa a se diversificar e multiplicar-se em vários pontos de Macapá movimentos artísticos como: o “Espaço Cultural Macaco Seco” que possui um anfiteatro no bairro do Pacoval, sob a coordenação do produtor cultural Cláudio Silva, entre outros.
     Há ainda o Espaço Cultural Casa Velha com um anfiteatro que está sob responsabilidade de Tom Rodrigues e ainda a Casa Fora do Eixo – CAFE, onde se reúne vários artistas para discutir e produzir seus trabalhos. Na área do teatro temos vários grupos novos como a Companhia Tucuju quem vem recentemente apresentando seu espetáculo “O Sertão por Patativa”.
     O que se pode perceber é que a arte sempre esteve e estará presente onde quer que haja grupos humanos. E ainda que, mesmo com a ausência dos órgãos públicos de cultura, a arte se ramifica e se desenvolve gerando movimentos artísticos independentes onde menos se espera.

domingo, 4 de novembro de 2012

TEATRO NO AMAPÁ DE 1940 a 1960




     Se por um lado, a década de 1940 foi um período da chegada de muitos circos a Macapá, por outro, há referências principalmente sobre o Barracão da Prelazia que era um local com palco, pertencente à Igreja Católica para comemorações e apresentações teatrais, que havia por trás da Igreja de São José, no formigueiro. BEZERRA relembra sua participação no teatro no referido período: Tínhamos aula de catecismo, educação esportiva, de teatro como “o cordão do papagaio”, exibido durante muito tempo lá nos palcos do barracão, onde o Noventa e Um fazia o papel de Bôbo da Corte e o Palóca (plebeu) apaixonado pela princesa, ouvia calado quando o bôbo dizia: “a princesa com um príncipe já é muito sofredora, imaginem como rainha com esta bomba voadora”. E aí o Palóca explodia. Buuum!!! (era gordinho)”.[1].
DÉCADA DE 1950

     Na década de 1950 já existia em Macapá o Cine Teatro Territorial. Nesse período o Governador Janary Gentil Nunes fazia questão de trazer para o Território vários artistas reconhecidos nacionalmente. Atores e Atrizes famosos como Procópio Ferreira e Bibi Ferreira estiveram em Macapá e se apresentaram no Cine Teatro Territorial. Estava no auge do teatro rebolado e muitas vedetes conhecidas no Brasil também estiveram em Macapá, conforme recorda BEZERRA: Em 1957, começou chegar em Macapá as excursões das vedetes capitaneadas por Concita Mascarenhas e outras grandes musas do teatro rebolado do Brasil. Isso, penso, levou algumas delas a comentar com colegas aposentadas o grande mercado que se descortinava para casas de tolerância de luxo naquela cidade.[2]
DÉCADA DE 1960

     Entre os que fizeram teatro no Amapá na década de 1960 temos a atriz Consolação Cortes que era garota e atriz muito respeitada. Ela participou da montagem da peça “Pluft o Fantasminha”, texto de Maria Clara Machado com direção de Cláudio Barradas, que na época, veio de Belém do Pará especialmente para montar o referido espetáculo. Foi nesse trabalho que Consolação Cortes se revelou como excelente atriz. Creuza Bordalo também atuava como atriz, inclusive fez rádio novelas na Rádio Difusora de Macapá.


[1] BEZERRA , Amiraldo. A Margem Esquerda do Amazonas: Macapá. Fortaleza; Premius, 2008. P 25.
[2] BEZERRA , Amiraldo. A Margem Esquerda do Amazonas: Macapá. Fortaleza; Premius, 2008. P 75.