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sábado, 28 de julho de 2012

TEATRO NO AMAPÁ NA DÉCADA DE 1970



     Na década de 1970 ainda era evidente o teatro nas escolas e nas igrejas; percebendo igreja aqui num sentido amplo, envolvendo várias religiões, visto que tanto o catolicismo como o protestantismo praticavam essa atividade artística no âmbito dos seus espaços físicos e dos seus limites canônicos.
     A Escola Paroquial São José fomentava aulas de teatro que eram ministradas pelos padres e freiras. Apesar de direcionarem espetáculos com temas religiosos, esses se tornaram os principais professores de arte no Amapá daquele período. Essas atividades aconteciam geralmente no curso primário e ginasial.
     Havia ainda o “Grupo de Teatro do Colégio Amapaense” e o “Grupo de Teatro do Santina Rioli”. Na paróquia Jesus de Nazaré havia o “Grupo de Teatro Avatar”. Em sua maioria e com influência religiosa esses grupos se dedicavam a montar espetáculos religiosos com temas sobre “Natal”, “Jesus Cristo”, “Dia das Mães” e outras datas comemorativas.
O MOBRAL
     O MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização em muito contribuiu para o desenvolvimento do teatro no Estado do Amapá. Além da motivação, trazia para o Cabo Norte muitos cursos e oficinas na área das artes cênicas. Coronel Ribeiro, defensor ferrenho da educação e das artes, era Presidente do MOBRAL e trazia vários professores de outros estados para ministrar cursos e oficinas de teatro como; impostação de voz, interpretação, direção teatral entre outros cursos. Marizete Ramos veio de Belém como também o diretor Luiz Otávio Barata para ministrar curso para nossos atores.
     Por outro lado, também havia alguns professores aqui no Estado do Amapá que também tinham conhecimento e condições de ministrar oficinas de teatro, como a atriz Creuza Bordalo, Padre Mino e o próprio Coronel Ribeiro. O atual “Grupo Língua de Trapo” que vem há mais de 20 anos apresentando a peça “Bar Caboclo” é resultado de uma dessas oficinas. É um grupo que surgiu praticamente dentro e em função do MOBRAL. Na década de 1970, o grupo que mais se destacou foi o “Grupo Telhado” que, além de participar de várias oficinas de teatro, assinou contrato com o MOBRAL para apresentar seus espetáculos em municípios e distritos. “A Mulher que casou 18 Vezes” foi uma das peças mais badaladas da época. Havia em Macapá nesse período os seguintes espaços que serviam para representações teatrais: O Cine Teatro João XXIII que pertencia à paróquia de São José; o auditório da Rádio Educadora de Macapá; o Cine Teatro Territorial e o Cine teatro que pertencia à paróquia do bairro do Trem.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

TEATRO NO AMAPÁ DE 1940 a 1960




     Se por um lado, a década de 1940 foi um período da chegada de muitos circos a Macapá, por outro, há referências principalmente sobre o Barracão da Prelazia que era um local com palco, pertencente à Igreja Católica para comemorações e apresentações teatrais, que havia por trás da Igreja de São José, no formigueiro. BEZERRA relembra sua participação no teatro no referido período: Tínhamos aula de catecismo, educação esportiva, de teatro como “o cordão do papagaio”, exibido durante muito tempo lá nos palcos do barracão, onde o Noventa e Um fazia o papel de Bôbo da Corte e o Palóca (plebeu) apaixonado pela princesa, ouvia calado quando o bôbo dizia: “a princesa com um príncipe já é muito sofredora, imaginem como rainha com esta bomba voadora”. E aí o Palóca explodia. Buuum!!! (era gordinho)”.[1].
DÉCADA DE 1950

     Na década de 1950 já existia em Macapá o Cine Teatro Territorial. Nesse período o Governador Janary Gentil Nunes fazia questão de trazer para o Território vários artistas reconhecidos nacionalmente. Atores e Atrizes famosos como Procópio Ferreira e Bibi Ferreira estiveram em Macapá e se apresentaram no Cine Teatro Territorial. Estava no auge do teatro rebolado e muitas vedetes conhecidas no Brasil também estiveram em Macapá, conforme recorda BEZERRA: Em 1957, começou chegar em Macapá as excursões das vedetes capitaneadas por Concita Mascarenhas e outras grandes musas do teatro rebolado do Brasil. Isso, penso, levou algumas delas a comentar com colegas aposentadas o grande mercado que se descortinava para casas de tolerância de luxo naquela cidade.[2]
DÉCADA DE 1960

     Entre os que fizeram teatro no Amapá na década de 1960 temos a atriz Consolação Cortes que era garota e atriz muito respeitada. Ela participou da montagem da peça “Pluft o Fantasminha”, texto de Maria Clara Machado com direção de Cláudio Barradas, que na época, veio de Belém do Pará especialmente para montar o referido espetáculo. Foi nesse trabalho que Consolação Cortes se revelou como excelente atriz. Creuza Bordalo também atuava como atriz, inclusive fez rádio novelas na Rádio Difusora de Macapá.


[1] BEZERRA , Amiraldo. A Margem Esquerda do Amazonas: Macapá. Fortaleza; Premius, 2008. P 25.
[2] BEZERRA , Amiraldo. A Margem Esquerda do Amazonas: Macapá. Fortaleza; Premius, 2008. P 75.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

JUVENAL CANTO E O TEATRO NO AMAPÁ




     Juvenal Antônio Pimentel Canto pertence a uma família que migrou de Óbidos - PA para as terras tucujus e em muito vem contribuindo para o desenvolvimento da arte e da cultura no Estado do Amapá. Chegou a Macapá com apenas 6 anos de idade. É técnico Administrativo em Estatística.
     O auge de sua participação e contribuição com a arte amapaense se deu na década de 1970 do século XX. Na área da música teve fundamental participação na fundação do “Grupo Pilão”, no qual, foi músico, instrumentista, compositor e cantor. Sua contribuição ao teatro no Amapá também aconteceu no referido período como fundador e integrante ativo do grupo “Teatro de Amadores Telhado” juntamente com Maria Benigna, Odilardo Lima e seu irmão Fernando Canto.
     Apresentou espetáculos nos cinco municípios do ex-território: Macapá, Amapá, Calçoene, Mazagão e Oiapoque. Esse projeto surgiu em função de contrato entre o Grupo Telhado e o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização. Sobre isso, Juvenal Canto afirma que: Fomos a todos os municípios. Na época o governo disponibilizava ônibus para o grupo. Em função do contrato com o MOBRAL, colocávamos o combustível e também arcávamos com outras despesas, visto que éramos pagos para isso.”
     Outro projeto realizado pelo “Grupo Telhado” foi “Fortalecimento e Difusão da Cultura Amapaense” que era patrocinado pelo INACEN – Instituto Nacional de Artes Cênicas e que tinha o objetivo de montar peças e apresentá-las nas escolas. Neste caso, havia peças montadas com atores do próprio grupo como também peças montadas com alunos das escolas. Em relação a isso Juvenal Canto afirma que: “Para mim, o mais importante eram os trabalhos que fazíamos nas escolas com a criação coletiva do grupo e a participação dos alunos na montagem de peças nessas escolas.
     Uma das peças mais importantes do “Teatro de Amadores Telhado” foi sem dúvida “A Mulher que casou 18 Vezes”, na qual, Juvenal Canto participou ativamente como ator. Com essa peça o Grupo Telhado viajou para todos os municípios do Amapá. Sem sombra de dúvidas o Grupo Telhado foi uma das expressividades das artes Cênicas na década de 1970 do século XX no Estado do Amapá.