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segunda-feira, 30 de abril de 2012

EU E A RAINHA DO VALE



 



     O Prof. Dr. Romualdo Rodrigues Palhano estará lançando a obra de sua autoria “Eu e a Rainha do Vale – De Menino a Rapazinho” que enfoca suas aventuras de adolescente onde vivenciou na cidade de Itabaiana, durante a década de 1970, sob o regime militar. São doze anos resumidos em 168 páginas, diz o autor. Este livro complementará “O Teatro na Terra de Zé da Luz – Da União Dramática ao GETI” que foi lançado em 2011.
     Em “Eu e a Rainha do Vale” o autor revela aspectos de sua juventude, suas vivências na escola, como frequentador da famosa feira de Itabaiana, o lazer e outros aspectos cotidianos de uma cidade do interior nordestino. São fatos de um adolescente que vivia num mundo sem drogas e entre dois grupos sociais: Grupo de Jovens da Igreja Católica e o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, onde revela que sua concepção de mundo e suas decisões para o futuro se deram nesse período.
      No Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana montou vários espetáculos entre eles: A Paixão de Cristo; A Peleja de Lampião com o Capeta; O ABC de Zé da Luz, o Poeta do Povão; Três Momentos do Teatro Paraibano; O Batalhão das Sombras; 10 Anos do GETI; Cantiga de Ninar na Rua; O Banquete Final entre outros. Sânzia Fernandes que prefaciou o livro faz um breve resumo:
     “O que você guarda de sua infância? O que você revela de sua adolescência? Um misto de reminiscências narrativas de peripécia do pensamento juvenil recheado de cultura do cotidiano. Um misto de causos e de reminiscências cuja classificação permeia uma literatura produzida com a áurea da inocência, com o estilo firme de registrar lembranças, um estilo simples como a vida nordestina, popular, aberta, livre, cuja linguagem coloca o homem nesta imensa cadeia de leituras profundas entre as relações humanas das pessoas mais simples. Caso do Zezinho do Cachorro Quente, ou na narrativa sobre as Festas Religiosas, a Política, o Prefeito Josué Dias. Todas refletem o ar tranquilo da vida cotidiana interiorana e feliz.
     Esta observação é sustentada pela afirmação em uma das narrativas de causos. “A Família Bendito”: - Meu pai, por ter sido uma pessoa comunicativa e religiosa, não tinha inimigos. Como? Nos dias de hoje, com toda a agitação da vida urbana, quem teria a coragem de dizer uma coisa destas!!! Quem se sente assim sem inimigos? Como é se sentir sem inimigos? Como se pode viver assim nos dias de hoje, assim tão livre... Assim tão seguro... Assim tão sem medo da violência ou dos espertalhões que passam todo o tempo tramando  como levar vantagem sobre o outro? Vida urbana, cotidiana, popular, feliz e tranquila a vida que nos narra Romualdo. Espontaneamente livre dos traumas e estresse da modernidade dos grandes centros. Isso foi uma reflexão da nossa leitura.”
     O lançamento da obra “Eu e a Rainha do Vale – De Menino a Rapazinho” acontecerá na próxima quinta feira, dia 03 de maio na Biblioteca da UNIFAP, cidade de Macapá.

Sobre o autor

     Romualdo Rodrigues Palhano é graduado em Licenciatura Plena em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas, pela Universidade Federal da Paraíba. Instituição onde também concluiu Mestrado em Serviço Social, sendo seu objeto de investigação o Teatro Comunitário. Residiu por dois anos em Havana – Cuba, onde iniciou seu doutorado. É Doutor em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. É Pós-Doutor em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba. Reside atualmente em Macapá onde é Professor Associado da UNIFAP - Universidade Federal do Amapá.
     Entre 1974 e 1994 atuou diretamente no teatro paraibano onde participou de várias montagens entre as quais: “A Peleja de Lampião com o Capeta”, pelo GETI – Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana e “O Palhaço e o Rei” pelo Grupo de Teatro Suspensório Produções Artísticas em João Pessoa.
     Em Itabaiana-PB, durante a década de 1970 concluiu o ensino fundamental e médio em escola pública. Foi na terra do músico Sivuca e do poeta Zé da Luz, onde Romualdo Palhano aos 16 anos de idade escreveu suas primeiras poesias com forte influência da poesia matuta e da literatura de cordel.
     O autor já publicou as seguintes obras: “Grito Incontido” poesias, 1988; “A Estrela e a Rã” (infantil) 1998; “Brincando com Linhas” (infantl), 2001; “Teatro de Bonecos: uma alternativa para o ensino fundamental na Amazônia, 2001; “Entre Terra e Mar: sociogênese e caminhos do teatro na Paraíba – 1822 – 1905”, 2009; “A Saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental da Cabedelo”, 2009; “Fronteiras Entre o Palco e a Tela – Teatro na Paraíba – 1900 – 1916”, 2010;  “Entre Parénthesis – poesias” também em 2010. Em 2011 o autor publicou as seguintes obras: “O Teatro na Terra de Zé da Luz – Da União Dramática ao GETI”, “A Ovellha malhada (infantil) e Artes Cênicas no Amapá.

domingo, 22 de abril de 2012

BREVE HISTÓRICO DO TEATRO NO AMAPÁ


     O teatro no Amapá é muito antigo. Os primeiros momentos aqui em nosso Estado têm início ainda no século XVIII com a apresentação teatral da luta dos Mouros e Cristãos na antiga Vila de Mazagão Velho. Esse espetáculo que continua sendo apresentado nos dias atuais revela-se no teatro mais antigo do Amapá. Também é o mais remoto teatro apresentado ao ar livre em nosso Estado. Em segundo lugar temos o espetáculo “Uma Cruz Para Jesus” de Amadeu Lobato que há 33 anos vem sendo apresentado ao lado da Fortaleza de São José de Macapá.
     Ainda há registros de que em 1775 existiu um pequeno teatro de madeira no centro da cidade de Macapá, nas imediações do antigo prédio da Intendência, hoje Museu Joaquim Caetano. Esse teatro foi visitado por Mendonça Furtado que era naquele momento Governador da Província do Grão-Pará, sendo que na ocasião, o mesmo deixou uma quantia em dinheiro para a restauração do referido teatro.
     Há conhecimento de que na década de 1920, Padre Júlio Maria Lombard também foi diretor e organizou seu grupo de teatro com vários coroinhas para que os mesmos pudessem adquirir melhor desenvoltura para exercer com mais eficiência as atividades no âmbito da igreja católica.
     Em 1960 tivemos aqui o Teatro do Estudante do Amapá que em muito contribuiu para fomentar as atividades teatrais em nosso Estado. Na década de 1970 há a presença permanente do “Grupo Telhado”. Percebe-se a presença marcante nessa época do MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização, que trouxe para nosso Estado muitos cursos de interpretação e direção. Em função disso, muitos grupos de teatro foram fundados nessa época. Foi a partir de um desses cursos que surgiu o “Grupo Língua de Trapo” que atualmente vem apresentando um de seus clássicos que é o espetáculo teatral “Bar Caboclo”. Na década de 1980 aparece o SESC – Serviço Social do Comércio com várias montagens como “Dona Baratinha” e “O Palhaço e o Rei”, imbuídas neste processo estavam a Professora Nazaré Trindade e a atriz Cecilia Lobo.
     Também há notícias de que entre a década de 1940 e 1950 o Governador Janarí Gentil Nunes convidou um famoso Circo para passar uma temporada aqui em Macapá. Na época a trupe circense gostou tanto da cidade que resolveu aqui estabelecer residência. Os que faziam parte desse grupo permaneceram aqui e ainda hoje muitos de seus familiares continuam em Macapá. A família Banhos que hoje vive em nossa cidade é descendente de artistas circenses.

domingo, 8 de abril de 2012

ARTES CÊNICAS NO AMAPÁ


     O livro “Artes Cênicas no Amapá – Teoria, Textos e Palcos”, surgiu em função da seleção de meus artigos sobre teatro, que tenho publicado em vários jornais diários e principalmente no Estado do Amapá. São artigos esparsos sobre teatro, que foram sendo escritos ao longo dos anos sem maiores aprofundamentos nem a mínima preocupação de um dia serem publicados com o formato de livro. 
     A partir de uma rigorosa seleção concentramos temas como história do teatro, teoria do teatro, espaços teatrais, crítica teatral, produtores teatrais, novela amapaense, arte circense e humor. No final da obra também revelo o que muito me preocupa e tenho tentado sensibilizar nossos gestores em nível Federal, Estadual e Municipal para a implantação de um Curso Superior na área do Teatro aqui em nosso Estado. Essa questão nos preocupa demasiadamente visto que necessitamos de um curso para a formação profissional em nível de terceiro grau para suprir a demanda dos nossos jovens e atender a necessidade da rede escolar do Estado do Amapá com profissionais da área do teatro. Ainda este mês estará sendo encaminhado à UNIFAP o projeto de implantação do Curso de Licenciatura em Teatro.
     Nesses últimos dezessete anos (período que aqui fiz morada), várias tentativas já foram encaminhadas para a implantação de um curso de teatro em nível superior. Já em 1996 encaminhei projeto à UNIFAP para que fosse implantado o referido curso. Em 2001 fiz nova tentativa, mas não obtivemos sucesso. Aproveitando o ensejo da fundação de nova instituição em nosso Estado, em 2009 também fizemos tentativa de implantação do Curso de Teatro na Universidade Estadual do Amapá, desta vez sequer fomos recebidos pelo Reitor daquela instituição.
     No que tange ao assunto a situação aqui é extremamente delicada. Atualmente no Estado do Amapá não há sequer um profissional qualificado na área do teatro em nossas escolas. Esta é uma realidade do ensino Federal, Estadual, Municipal e privado em nosso Estado. Aqueles que decidem realizar alguma atividade em sala de aula nessa área são curiosos que o fazem sem aprofundamentos e de forma totalmente empírica. Infelizmente nossos gestores ainda não se sensibilizaram nem deram conta da urgente necessidade de um curso de teatro em nosso Estado para suprir principalmente a demanda na área da educação em função da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 93.94/96 e dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
     Por outro lado, um curso de teatro em nosso Estado também promoveria e contribuiria com a produção cultural e o teatro propriamente dito, visto que também abriria espaço para que pessoas que aqui se dedicam ao teatro pudessem ter sua formação em nível de terceiro grau. Desta forma fomentaria melhor qualidade, tanto dos nossos espetáculos quanto a formação do nosso público.  
     Esta obra é mais uma contribuição à sociedade amapaense e principalmente aos aficionados pelas artes cênicas que aqui se dedicam arduamente à arte de representar. Principalmente aqueles que se dedicam e se entregam à produção cultural na área do teatro em nosso Estado. Também servirá como ponto de partida para professores, pesquisadores e para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre o teatro em geral e em particular sobre o teatro que se tem realizado no Estado do Amapá nesses últimos anos.
     Os artigos contidos nesta obra foram publicados em vários jornais diários entre eles: Jornal O Combate, João Pessoa – PB; Tribuna do Vale, Itabaiana – PB; O Liberal, Macapá – AP e principalmente no Jornal A Gazeta de Macapá que nos últimos anos venho mantendo a coluna “Arque com Arte”, que vem sendo publicada no Caderno Camarim sempre aos domingos.
          Uma boa notícia é que estamos envidando esforços para que no próximo entre a primeira turma do Curso de Licenciatura em Teatro na UNIFAP. A obra tem seu lançamento marcado para o dia 13 de abril às 19:00 horas no Centro Franco Amapaense, no centro.